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Corinthians SAFiel: Por Que Stábile Freia o Projeto? Alertas de Compliance Revelados
Por Redação FuTimão em 11/11/2025 06:03
O Veto Presidencial à SAFiel: Stábile Freia Projeto no Corinthians
O projeto SAFiel, que almeja reestruturar o Corinthians, encontra-se em um impasse, apesar dos alertas emitidos pelo setor de compliance do clube. A decisão final sobre a continuidade ou paralisação desta iniciativa repousa exclusivamente nas mãos do presidente Osmar Stábile, a quem compete a aprovação de qualquer parceria estratégica para o Timão. Contudo, as informações atuais indicam que, sob a ótica de Stábile, a proposta de conversão do Corinthians em Sociedade Anônima do Futebol não deverá progredir no curto prazo.
Após a entrega de uma carta de intenções, em 29 de outubro, por dois dos proponentes da SAFiel aos líderes da diretoria e do Conselho Deliberativo, o Corinthians submeteu o CNPJ associado ao empreendimento para análise do seu departamento de conformidade. A investigação interna, cujos detalhes foram divulgados pelo UOL em 7 de novembro, trouxe à tona indagações significativas sobre a entidade e um de seus idealizadores, Maurício Chamati.
A pauta da SAFiel, agora, retorna ao gabinete de Osmar Stábile, que detém a prerrogativa de solicitar esclarecimentos adicionais aos idealizadores. Todavia, conforme apurado pela reportagem do UOL, o assunto não figura entre as prioridades imediatas do dirigente corintiano. Stábile tem direcionado sua atenção para a estabilização administrativa e financeira do clube, indicando que o avanço da SAFiel não é um plano para o presente momento.
Fontes próximas ao presidente revelaram que o modelo financeiro apresentado pela proposta não encontra ressonância em sua visão. Para Stábile, a eventual instituição de uma Sociedade Anônima do Futebol no Corinthians exigiria a presença de um investidor com solidez e disposição para absorver potenciais déficits operacionais.
O Passado de Maurício Chamati: Detalhes da Análise de Compliance
O minucioso relatório de compliance, cujas conclusões foram divulgadas pelo UOL em 7 de novembro, lançou luz sobre o perfil de Maurício Chamati, um dos mentores por trás da SAFiel. O documento, acessado pela nossa equipe, detalha que Chamati atuou no Comitê Interno de Finanças (CIF) do Corinthians entre setembro de 2024 e abril de 2025. Durante esse período, ele firmou um acordo de confidencialidade, comprometendo-se a não empregar dados financeiros do clube em proveito pessoal.
Adicionalmente, o parecer do compliance registrou a existência de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) por estelionato envolvendo Maurício, além de uma condenação inicial em primeira instância vinculada à "Mercado Bitcoin", empresa na qual Chamati figura entre os controladores.
Contudo, defensores do empresário argumentam que sua participação no CIF não lhe proporcionou acesso a informações sensíveis e que, em momento algum, houve uso indevido de dados adquiridos no comitê. Conforme esclarecido, o PIC por estelionato foi arquivado. Mais relevante, a condenação referente ao incidente da "Mercado Bitcoin" foi revertida em instância superior pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em julho de 2024, resultando na diminuição da indenização de R$ 300 milhões para R$ 1,3 milhão.
O Modelo SAFiel: Separação de Futebol e Capitalização no Mercado
Além das questões envolvendo um dos idealizadores, o departamento de conformidade também sinalizou "bandeiras vermelhas" relativas à Invasão Fiel S.A., a entidade jurídica estabelecida pela SAFiel para fins de registro de marca, formalização do protocolo de intenções e condução das fases iniciais do projeto. A recente constituição da empresa, em 18 de julho de 2025, e seu capital social de meros R$ 3 milhões foram apontados como fatores de preocupação para uma potencial associação com o Corinthians .
A proposta central da SAFiel contempla a segregação do departamento de futebol ? abrangendo as equipes profissionais masculina, feminina e as categorias de base ? das demais estruturas do clube social. O objetivo é transferir a administração do futebol corintiano para uma nova pessoa jurídica, já constituída e denominada Invasão Fiel S.A.
Esta nova empresa, por sua vez, funcionaria como a plataforma para a captação de recursos no mercado. Isso se daria através da emissão de ações destinadas a dois perfis de investidores: os torcedores-investidores, que teriam direito a voto na administração, e os investidores institucionais, que não possuiriam tal prerrogativa.
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