Corinthians: R$3 Milhões e Dívidas de Organizadas em Pauta no Conselho

As complexas relações financeiras entre o Sport Club Corinthians Paulista e suas principais facções organizadas continuam a ser um ponto central de debate e escrutínio no Conselho Deliberativo (CD) do clube. Em foco, estão não apenas débitos acumulados, mas também repasses de valores significativos ocorridos em gestões passadas, levantando questionamentos sobre a governança e a transparência.

De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., a administração de Andrés Sánchez, em período anterior, teria efetuado transferências que somam aproximadamente R$ 3 milhões à Gaviões da Fiel. Este montante, de proporções consideráveis, estaria vinculado tanto à concessão de ingressos quanto a investimentos destinados à realização de eventos como o Carnaval, prática que agora está sob rigorosa avaliação.

Nós não estamos apenas fazendo uma revisão superficial. É para passar tudo a limpo. Na época do Andrés, ele repassou R$ 3 milhões para a torcida, que até hoje não foram pagos. Se alguém quiser conceder benefício -- seja para a torcida ou para qualquer outro --, não pode ser uma decisão pessoal do presidente. Caso contrário, vira esquema. Quer fazer algo? Que seja de forma institucional. Se o presidente quiser dar presente, facilidade ou cortesia, que submeta ao Conselho, ao CORI e ao Conselho Fiscal.

Transparência Financeira: O Olhar Crítico do Conselho

Em resposta às acusações e ao cenário de auditoria, Alexandre Domênico Pereira, conhecido como Ale, presidente da Gaviões da Fiel, divulgou um posicionamento rebatendo as alegações de Tuma Jr. Ale afirmou que o departamento jurídico da organizada já havia contatado o Corinthians para solicitar um detalhamento das supostas dívidas.

O nosso jurídico entrou em contato com vocês dia 25 de julho pedindo todas as dívidas que vocês citam que os Gaviões têm. Manda para nós. Vamos debater essas dívidas. Se nós estamos devendo, vamos pagar. Já que o presidente do Conselho está se sentindo pressionado pela Fiel torcida, estamos no caminho certo. Não vamos recuar, não. Quero saber as pautas da reforma do estatuto. O corintiano quer debater Corinthians.

Questionado sobre o tema, o ex-presidente Andrés Sánchez optou por não emitir comentários. Enquanto isso, o departamento financeiro do clube alvinegro segue conduzindo um minucioso levantamento sobre todos os valores concedidos à torcida organizada, um processo que se estende desde o início de 2024.

Dívidas e Diálogo: A Posição da Gaviões e o Passivo Atual

Além da controvérsia envolvendo os repasses retroativos à Gaviões, a atual gestão do Corinthians já identificou uma recorrente falta de pagamento das anuidades do programa Fiel Torcedor por parte das principais uniformizadas. A dívida acumulada pela Gaviões da Fiel, por exemplo, aproximava-se de R$ 1 milhão, englobando cerca de R$ 692 mil referentes a ingressos não quitados durante a gestão de Augusto Melo, além das anuidades de 2024 e 2025. Recentemente, a uniformizada efetuou o pagamento de mais de R$ 126 mil, valor correspondente à anuidade do Fiel Torcedor de 2025, demonstrando um movimento de regularização.

Para uma visão mais clara dos débitos da Gaviões:

O clube também constatou que, desde 2023, as principais torcidas organizadas não efetuavam o pagamento da anuidade do programa "Minha Torcida", e que não houve um processo de cobrança efetivo direcionado a essas entidades durante o início da gestão de Augusto Melo. Somados, os valores das anuidades de 2024 devidos por seis das principais organizadas atingem a cifra de R$ 501.481,00, um montante verificado após um ofício enviado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., à diretoria corintiana.

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