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Corinthians Pós-Derby: Análise da Derrota para o Juventude e os Desafios no Brasileirão

Por Redação FuTimão em 11/08/2025 22:14

A empolgante vitória sobre o arquirrival na Copa do Brasil, que garantiu uma classificação contundente, não encontrou eco no retorno do Corinthians à competição nacional. O desempenho da equipe foi aquém do esperado, resultando em uma derrota por 2 a 1 para o Juventude, que demonstrou superioridade e dominou o confronto. Este revés em Caxias do Sul expôs uma realidade incômoda: a dificuldade do elenco em replicar o mesmo nível de mobilização e intensidade de um clássico, além de sublinhar a ausência impactante de nomes como Memphis Depay e Carrillo.

Apesar de ter encerrado a partida com um jogador a menos, o time paulista exerceu pressão nos minutos finais, especialmente após o gol de falta de Matheuzinho aos 44 minutos do segundo tempo. Contudo, o resultado final não foi injusto. O Juventude, por sua vez, exibiu uma notável evolução em sua organização defensiva, um aspecto que vinha sendo um calcanhar de Aquiles na atual edição do Brasileirão. Com apenas 17 jogos disputados na competição, a equipe gaúcha agora vislumbra a possibilidade de deixar a zona de rebaixamento.

Estratégias e Escalações Iniciais do Confronto

Na reestreia de Thiago Carpini no comando técnico, o Juventude promoveu o retorno do zagueiro Cipriano ao time titular, que não iniciava uma partida desde uma grave lesão sofrida em fevereiro. Abner também recebeu uma oportunidade, enquanto Wilker Ángel foi desfalque. No ataque, Gabriel Taliari formou dupla com Gilberto. Do lado corintiano, Dorival Junior optou pelas entradas de Breno Bidon e Talles Magno, substituindo os desfalques Carrillo e Memphis Depay.

Para ilustrar as formações iniciais, segue a disposição tática das equipes:

Time Técnico Principais Retornos/Novidades Desfalques Notáveis
Juventude Thiago Carpini Cipriano (zagueiro), Abner (lateral) Wilker Ángel (zagueiro)
Corinthians Dorival Junior Breno Bidon (meia), Talles Magno (atacante) Carrillo (meia), Memphis Depay (atacante)

A Superioridade Tática e o Gol do Juventude

O Juventude demonstrou superioridade tática na primeira etapa, conquistando uma vantagem parcial justa. Seu principal mérito residiu na negação de espaços ao Corinthians nas proximidades de sua área. O time paulista, por sua vez, produziu pouco, e apesar de ter maior posse de bola e mais finalizações nos 48 minutos iniciais, raramente conseguiu chegar com real perigo à meta adversária.

Posicionado em um esquema 4-4-2 para defender, o time de Caxias do Sul exibiu uma coordenação exemplar com Caíque e Jadson para fechar o centro do campo. Apenas uma jogada, aos oito minutos, conseguiu encontrar Garro nas costas de ambos, mas Talles Magno finalizou mal a ação ao receber a bola na área. A dificuldade em encontrar espaços foi tão evidente que Garro precisou se deslocar para um dos flancos a partir da metade do primeiro tempo.

Foi justamente em um desses deslocamentos que o meia corintiano cometeu o erro que originou o contragolpe do gol anfitrião. Marcelo Hermes interceptou o passe e deu início a uma transição ofensiva fulminante, com excelentes participações de Jadson, Mandaca e Gilberto. A jogada foi finalizada por Gabriel Taliari, após um cruzamento preciso do próprio Marcelo Hermes. Além da falha de Garro na origem do lance, o Timão exibiu pouca competitividade nesta transição defensiva. Breno Bidon perdeu um duelo e, posteriormente, não conseguiu fechar a linha de passe que encontrou Hermes. Matheuzinho demorou a recompor, e André Ramalho teve uma intervenção desastrosa ao tentar cortar o primeiro cruzamento do lateral adversário.

A Fragilidade Ofensiva Alvinegra

O Corinthians sofreu outros ataques perigosos do Juventude, dois deles decorrentes de subidas de marcação mal executadas pelos paulistas. A coordenação entre os setores para marcar no campo rival nem sempre esteve presente e, apesar da limitação dos zagueiros jaconeiros quando pressionados, o time da casa conseguiu sair de trás com perigo em duas ocasiões. Hugo Souza foi vital para evitar que Gabriel Verón marcasse nesses lances. Nas poucas vezes em que esteve em fase ofensiva, o Juventude projetou seus dois laterais bem abertos no campo de ataque. Contou com Taliari, Verón e Gilberto trabalhando por dentro, avançados na linha defensiva adversária, enquanto Mandaca e Jadson articulavam o meio-campo, e Caíque, mais próximo aos zagueiros, concedia a liberdade mencionada aos laterais.

Outra tática que incomodou o Corinthians foi a eficiente subida do bloco de marcação nos tiros de meta dos visitantes. Verón intensificava a pressão sobre Gustavo Henrique, individualizando o combate na primeira linha de construção corintiana. Jadson compensava, dividindo o combate entre Bidu e Martinez. O Timão teve problemas significativos para progredir de forma limpa. Ofensivamente, a equipe alvinegra esteve distante do ideal. A circulação da bola foi muitas vezes lenta. Houve dificuldades para conectar os homens de frente e gerar vantagens para os laterais, que avançavam bem abertos e simultaneamente. Talles Magno pareceu não encontrar seu espaço, e Bidon demonstrou apatia, contribuindo pouco para a produção ofensiva.

Substituições e o Desfecho Decisivo

Apesar de uma primeira etapa abaixo do esperado, Dorival Junior não realizou alterações no Corinthians durante o intervalo. Já Carpini foi obrigado a sacar Gilberto, lesionado, e promover a entrada de Ênio. A equipe de Caxias do Sul manteve o bom desempenho, ganhando mobilidade na frente com Ênio e não recuando seu bloco de marcação, mantendo a agressividade no combate à saída de bola corintiana. Jadson continuou se destacando, e Mandaca esteve muito próximo de ampliar o placar em duas ocasiões claras.

O Timão só realizou suas primeiras mudanças após os 15 minutos do segundo tempo, com as entradas de Angileri e Dieguinho nos lugares de Matheus Bidu e José Martinez. O meio-campo ganhou um jogador mais agudo, e Bidon foi deslocado para a meia-esquerda. Talles Magno conseguiu ser mais participativo, e Garro elevou seu nível de eficiência, realizando um excelente cruzamento para Talles, que desperdiçou uma boa chance de cabeça, mandando a bola à esquerda do gol.

Carpini precisou fazer outra alteração forçada: Caíque sentiu e deu lugar a Giraldo. À medida que o jogo avançava, o Juventude reduzia riscos ao realizar algumas ligações diretas endereçadas a Gabriel Taliari. Ele geralmente escorava a bola, o time da casa vencia o duelo seguinte no meio-campo e acelerava em passes para Ênio ou Gabriel Verón, levando perigo dessa forma.

Raniele e Talles Magno deixaram o gramado aos 30 minutos para as entradas de Chales e Romero. No Juventude, Nenê e Matheus Babi substituíram Gabriel Verón e Gabriel Taliari. Não demorou para o "sangue novo" jaconeiro na linha de frente gerar resultado. Nenê construiu uma ótima trama com Mandaca pela esquerda, driblou Matheuzinho com facilidade e cruzou rasteiro para Matheus Babi ampliar o placar. Irritado, o Corinthians ainda teve Romero expulso de forma bisonha menos de dez minutos após entrar em campo. O atacante deu uma peitada em Giraldo sem a bola, após ser provocado no meio-campo. Quando tudo parecia resolvido, Matheuzinho cobrou uma falta da entrada da área e contou com a falha de posicionamento do goleiro Ruan Carneiro para diminuir o placar aos 44 minutos.

O Alerta Ligado para o Timão

Mesmo com um jogador a menos, o Corinthians se mobilizou para buscar o empate. Dorival retirou o zagueiro André Ramalho e inseriu o atacante Gui Negão. Carpini sacou Mandaca, que teve uma atuação destacada, e reforçou o lado esquerdo com Alan Ruschel. Gustavo Henrique foi improvisado como centroavante e escorou duas bolas que poderiam ter resultado em gol, mas Dieguinho e Yuri Alberto finalizaram de forma imprecisa.

O Juventude manteve a escrita de não perder para o Timão em seu estádio desde 2002 em jogos pela Série A do Campeonato Brasileiro. O Corinthians , por sua vez, encontra-se seis pontos acima da zona de rebaixamento e é uma das poucas equipes com 19 jogos realizados na competição. A necessidade de redobrar a atenção e aprimorar a performance em jogos que não carregam a carga emocional de um clássico é um imperativo para evitar maiores complicações na tabela.

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Comentado em 11/08/2025 23:51 Aff, mano, vacilo grande no Juventude, mas confio no Timão pra próxima, vai Corinthians!
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