Corinthians: Pior Defesa da Série A e Gols Sofridos; O Desafio de Dorival Júnior

A chegada de Dorival Júnior ao comando técnico do Corinthians impõe um desafio de proporções consideráveis. O treinador assume a equipe em um momento delicado, especialmente no setor defensivo, que ostenta a marca indesejada de ser o mais vazado entre todos os participantes da Série A na temporada de 2025. Com 33 gols já sofridos, a missão de reestruturação é evidente desde o primeiro dia de trabalho.

O Gato Mestre, plataforma especializada em dados, compilou os números que expõem a fragilidade da retaguarda corintiana e dimensionam a complexidade da tarefa que aguarda o novo comandante. A análise fria das estatísticas sublinha a urgência de ajustes profundos para conferir maior solidez ao time.

O Histórico de Dorival na Reorganização Defensiva

A experiência prévia de Dorival Júnior sugere que ele possui familiaridade com situações que exigem ajustes no sistema defensivo. Em suas três passagens anteriores como treinador, ele demonstrou capacidade de reduzir ou, no mínimo, estabilizar a média de gols sofridos pelas equipes que comandou.

No Flamengo, em 2022, a média de um gol por jogo foi mantida sob sua gestão. Posteriormente, no São Paulo, observou-se uma redução notável na média de gols sofridos, caindo de 0,6 para 0,4 gols por partida. Já na Seleção Brasileira, a média diminuiu de 1,5 para um gol por jogo durante seus primeiros dez compromissos.

Estes dados, compilados a partir de recortes comparativos de vinte jogos (dez antes e dez após sua chegada), indicam um padrão de impacto positivo no desempenho defensivo das equipes dirigidas por Dorival Júnior, o que alimenta a expectativa por melhorias no Corinthians .

A Vulnerabilidade Atual da Defesa Corinthiana

Contrastando com o histórico do novo técnico, a situação atual do Corinthians é alarmante. Nenhum outro clube da Série A acumulou tantos gols contra em 2025 quanto o Timão. O revés recente contra o Flamengo, que resultou em quatro gols sofridos, elevou o total absoluto de vazamentos para 33, superando até mesmo a defesa do Mirassol, que vinha registrando números desfavoráveis desde os campeonatos estaduais.

Quando analisada a média por partida, a defesa corintiana figura como a sexta pior entre os times da elite nacional, com 1,14 gol sofrido por jogo. Este índice a coloca em posição superior apenas a Cruzeiro, Grêmio, Santos, Juventude e o próprio Mirassol. Para ilustrar a dimensão da fragilidade, o Corinthians sofre, em média, o dobro de gols em comparação com equipes como Atlético-MG e Flamengo, que demonstram maior solidez defensiva.

O Desempenho Recente e a Urgência dos Ajustes

A fragilidade defensiva do Corinthians se acentuou consideravelmente em um recorte mais recente. Nos últimos dez compromissos disputados pela equipe, foram registradas 13 bolas nas redes alvinegras. A lista de adversários que furaram o bloqueio inclui quatro gols do Flamengo, dois do Fluminense, Huracán (ARG) e Palmeiras, além de um tento sofrido contra America de Cali (COL), Bahia e Sport.

Dentro deste período de dez jogos, a defesa corintiana conseguiu manter o placar zerado em apenas três ocasiões: na decisão estadual frente ao Palmeiras, e posteriormente nos confrontos contra Vasco e Racing (URU). Este desempenho recente sublinha a urgência da intervenção de Dorival Júnior no setor, que precisa encontrar rapidamente soluções para estancar a sangria de gols.

O Legado da Seleção Brasileira para Dorival

A experiência mais imediata de Dorival Júnior antes de chegar ao Corinthians foi à frente da Seleção Brasileira, um período também marcado por desafios defensivos. O time nacional vinha de uma sequência preocupante, tendo sofrido gols em nove das dez partidas que antecederam a estreia do novo técnico. Este retrospecto incluía o período pós-eliminação na Copa do Mundo de 2022, a interinidade de Ramón Menezes e o trabalho de Fernando Diniz, culminando na derrota em casa para a Argentina.

Sob o comando de Dorival, a média de gols sofridos pela Seleção apresentou uma leve melhora, passando de 1,5 para um gol por partida nos seus dez primeiros jogos. No total, a Seleção sofreu 17 gols em 18 jogos sob sua tutela, até o revés com placar elástico contra a Argentina, ocorrido aproximadamente um mês antes de sua saída. Este histórico na Seleção reforça sua familiaridade com a necessidade de ajustes defensivos em contextos de pressão, algo que certamente será crucial em seu novo clube.

Diante deste panorama, que expõe a fragilidade defensiva do Corinthians com números que o colocam na posição mais desfavorável da Série A, o desafio para Dorival Júnior é inegavelmente complexo. Sua capacidade de reestruturar sistemas defensivos, demonstrada em trabalhos anteriores, será posta à prova em um cenário que exige intervenção imediata e eficaz para estancar a sangria de gols e conferir maior solidez à equipe.