Corinthians: O Segredo de Dorival para o Equilíbrio Tático Revelado

Diante de um cenário de desfalques consideráveis, o técnico Dorival Júnior tem implementado uma significativa modificação na estrutura tática do Corinthians, consolidando uma formação com três defensores. Essa abordagem estratégica visa não apenas conferir maior solidez ao setor recuado, mas também proporcionar liberdade ampliada aos laterais para se projetarem no campo ofensivo. Internamente, a percepção é de que o Timão tem exibido performances satisfatórias sob esta nova plataforma, apesar da instabilidade recente nos resultados.

Na linha defensiva, uma das movimentações notáveis é o deslocamento do volante Raniele, que tem atuado como zagueiro pelo flanco esquerdo. Ele compõe o trio ao lado de Gustavo Henrique e André Ramalho. Na ausência deste último, por motivo de lesão, João Pedro Tchoca tem sido a opção para preencher a vaga, demonstrando a adaptabilidade do elenco às exigências do novo esquema.

No setor intermediário, Maycon e José Martínez geralmente ocupam a faixa central, orquestrando a transição entre defesa e ataque. Contudo, são Matheuzinho e Matheus Bidu, atuando pelas alas, os principais beneficiados pela configuração tática. A eles é concedida uma expressiva liberdade ofensiva, permitindo que avancem e atuem como autênticos pontas quando a equipe se estabelece no campo adversário.

A Dinâmica Tática: Liberdade nas Alas e Solidez Defensiva

Essa dualidade de funções é crucial para o balanço do time: enquanto Matheuzinho e Bidu desfrutam de autonomia para atacar, no momento defensivo, ambos recuam com disciplina, integrando-se à linha de zagueiros para formar um bloco de cinco defensores à frente do goleiro Hugo Souza, garantindo a proteção da meta alvinegra.

Do meio-campo para a frente, a composição ofensiva tem contado com Breno Bidon, Yuri Alberto e Gui Negão. Bidon, com sua liberdade de movimentação, atua na faixa central, enquanto Gui e Yuri assumem posições mais avançadas, buscando a finalização e a criação de oportunidades de gol.

Apesar da oscilação de resultados, a avaliação interna sobre a nova plataforma tática é majoritariamente positiva. Esta configuração representa uma evolução em relação ao modelo anterior, onde a equipe frequentemente operava em um losango com uma linha de quatro defensores, indicando uma busca contínua por otimização e adaptabilidade.

Foto: (Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

Avaliação Interna e a Flexibilidade Estratégica

É importante ressaltar que a consolidação deste esquema não implica uma rigidez absoluta. A maleabilidade tática de Dorival Júnior foi evidenciada, por exemplo, na partida contra o Mirassol, onde o Corinthians reverteu para o losango no decorrer do segundo tempo, com Raniele retornando à sua posição original no meio-campo, demonstrando a capacidade de ajustes em tempo real.

Com a recente vitória sobre o Mirassol e a expectativa de contar com o retorno de atletas importantes, a tendência é que o time passe por novos refinamentos com a reincorporação de Rodrigo Garro, André Carrillo e Memphis Depay. A nova plataforma, portanto, é um ponto de partida para futuras adaptações.

O próximo desafio do Corinthians será um clássico de grande relevância contra o Santos, a ser disputado na Vila Belmiro. As equipes se enfrentarão na próxima quarta-feira (15), às 21h30 (horário de Brasília), em um confronto válido pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro, um teste crucial para a evolução tática do Timão.