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Corinthians: Novo Protocolo de Proteção à Criança e o Passado na Base

Por Redação FuTimão em 08/07/2025 05:43

A recente administração do Sport Club Corinthians Paulista implementou um protocolo abrangente focado na salvaguarda de crianças e adolescentes inseridos no ambiente esportivo. Esta medida surge como uma resposta direta às diversas acusações de assédio e exploração sexual que vieram à tona, alcançando os escalões diretivos do clube.

O documento, cujo conteúdo foi acessado por veículos de imprensa, estabelece um plano de ação detalhado, visando a prevenção e o combate efetivo a atos de violência e abuso sexual nas divisões de formação. Sua elaboração, sob a supervisão do superintendente jurídico Leonardo Pantaleão, fundamentou-se em capacitações oferecidas pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, destinadas às lideranças corintianas em abril de 2025.

O Imperativo da Salvaguarda: O Novo Protocolo do Timão

A iniciativa da nova gestão sucede uma série de denúncias de assédio e abuso sexual que marcaram a gestão anterior, sob a presidência de Augusto Melo, agora afastado de suas funções. Entre os casos notórios, destaca-se a denúncia envolvendo um ex-gerente das categorias de base, acusado de envolvimento sexual com atletas menores de idade, que, em maio, teve seu processo arquivado pelo Ministério Público de São Paulo.

Adicionalmente, outro incidente grave, ocorrido na categoria sub-11, também foi levado ao conhecimento da diretoria. Inicialmente, a acusação foi formalizada por meio de um boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia de Repressão à Pedofilia (DHPP), o que levou as autoridades a iniciar um inquérito investigativo.

A denúncia em questão apontava para o ex-preparador de goleiros da categoria, Luis Claudio Marins, de 47 anos, que teria se despido e tomado banho no vestiário infantil, na presença de crianças com menos de 12 anos. O episódio chegou ao conhecimento dos pais de dois atletas, que, em dezembro de 2024, decidiram buscar as autoridades.

As Sombras do Passado: Denúncias e Repercussões na Base Alvinegra

Após o Corinthians ser informado da acusação, o departamento jurídico do clube iniciou uma apuração interna. Contudo, o ex-preparador não foi imediatamente desligado, sendo transferido para a categoria sub-18. Marins permaneceu vinculado ao clube até fevereiro deste ano, quando seu desligamento foi efetuado pela gestão anterior.

Procurado pela reportagem, Marins optou por não comentar os detalhes do caso, mas confirmou ter prestado depoimento às autoridades. À época, dois responsáveis pelo departamento de base também foram ouvidos pela polícia. Entretanto, a escassez de elementos probatórios dificultou o avanço das investigações. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo foi contatada para fornecer informações sobre o andamento do caso, e o retorno ainda é aguardado.

Ex-diretores da base, Claudinei Alves e Valmir Costa, foram procurados para se manifestarem sobre os acontecimentos, mas não responderam até o momento da publicação. Qualquer manifestação posterior será incorporada ao texto.

Detalhes do Protocolo: Diretrizes e Canais de Encaminhamento

O protocolo estabelece normas de conduta para os profissionais que interagem diretamente com crianças e adolescentes, com orientações que variam conforme a faixa etária dos jovens. Dentre as principais diretrizes, destacam-se a vedação de qualquer tipo de toque sem consentimento explícito e a proibição de oferecer caronas ou marcar encontros fora das instalações esportivas.

Para facilitar a identificação e o encaminhamento de casos, o protocolo também oferece um guia completo de recursos. Este guia inclui informações sobre canais de denúncia, como o Disque 100, e contatos de unidades de saúde e serviços de apoio social localizados nas proximidades das sedes e escolas de futebol vinculadas ao clube.

O próximo estágio da gestão interina do Corinthians prevê a realização de treinamentos educativos para os profissionais das categorias de base, com encontros programados para acontecer em breve, visando a plena assimilação e aplicação das novas diretrizes.

Diretriz do Protocolo Descrição
Consentimento Proibição de toques sem consentimento.
Interação Externa Impedimento de caronas ou encontros fora do ambiente esportivo.
Faixa Etária Orientações específicas divididas por faixa etária para profissionais.
Canais de Denúncia Informações sobre Disque 100 e outros contatos de apoio.

Responsabilidade Coletiva: Canais de Denúncia e Implicações Legais

Denúncias relativas a atos de violência contra crianças e adolescentes podem ser efetuadas através do Disque 100, que garante o anonimato do denunciante, ou diretamente na delegacia de polícia mais próxima e no Conselho Tutelar de cada município.

Em situações de violência em andamento, é possível acionar a Polícia Militar pelo número 190, solicitando o envio de uma viatura ao local. Outra via de denúncia é a Promotoria da Infância e Juventude, localizada no Fórum da Cidade.

A omissão de socorro em situações de perigo, abandono ou violência contra crianças e adolescentes é um crime previsto no Código Penal. Adicionalmente, a Lei Henry Borel estabelece sanções para aqueles que se furtam ao dever de denunciar. Funcionários públicos que, no exercício de suas funções em instituições como escolas, postos de saúde e serviços de assistência social, se omitirem em face de tais ocorrências, podem ser responsabilizados pelo crime de prevaricação.

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Comentado em 08/07/2025 10:21 Protocolo firme, base mais segura é tudo!
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Comentado em 08/07/2025 08:51 Tá certo, tem que proteger os mlks!
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Comentado em 08/07/2025 07:21 Show de bola essa iniciativa, agora sim o Corinthians tá cuidando da molecada com respeito e responsabilidade! Vai Corinthias!
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