Corinthians: Nova Era Financeira Separa Futebol de Esportes Olímipicos a Partir de 2026

A partir de 2026, o Sport Club Corinthians Paulista implementará uma distinção fundamental em sua estrutura financeira, desvinculando as receitas geradas pelo futebol das demais modalidades esportivas, como o basquete e o futsal.

Essa determinação, inicialmente anunciada pelo presidente Osmar Stábile em uma sessão do Conselho de Orientação (Cori) em 29 de outubro, foi reiterada e detalhada durante um encontro com aproximadamente 120 diretores, ocorrido na última quinta-feira (6) nas instalações do Parque São Jorge.

A diretriz de Stábile é clara: a partir de janeiro do próximo ano (2026), a sustentação financeira de qualquer modalidade do clube social deverá ocorrer sem a utilização de quaisquer recursos provenientes do departamento de futebol.

A Reorganização Financeira: O Fim da "Ajuda" do Futebol

Importante frisar que essa medida não implica o encerramento definitivo de esportes com categorias profissionais ativas, a exemplo do basquete e do futsal.

Contudo, a continuidade da atuação profissional dessas divisões será suspensa até que as próprias modalidades demonstrem capacidade de gerar os recursos necessários para sua operação. Os equipamentos e infraestrutura, por sua vez, permanecerão disponíveis para o uso exclusivo dos associados do clube.

Atualmente, o basquete corintiano compete no Novo Basquete Brasil (NBB), torneio que se estende até o primeiro semestre de 2026. Paralelamente, a equipe de futsal encontra-se nas quartas de final da Liga Nacional de Futsal (LNF) de 2025.

Basquete e Futsal: O Desafio da Autossustentabilidade

A premissa central subjacente a essa reestruturação é a busca pela autossustentabilidade de todas as modalidades vinculadas ao departamento de esportes terrestres, exigindo que cada uma desenvolva suas próprias fontes de receita.

Adicionalmente, será implementada uma segregação dos centros de custos relativos aos funcionários, com a distinção entre os quadros do futebol, do clube social (englobando seus diversos departamentos) e da Neo Química Arena.

Embora a proposta tenha sido recebida com certa resistência e considerada impopular no início do encontro, o presidente Stábile manteve-se inflexível em sua decisão, reafirmando a implementação da nova política.

A Medida Impopular e a Firmeza da Gestão

Contudo, nem todos os setores serão impactados de forma idêntica. Departamentos com conexão direta ao futebol profissional, como o futsal de base e o futebol feminino, terão suas estruturas mantidas.

Os colaboradores vinculados a essas pastas serão, inclusive, realocados para o centro de custos do futebol.

No que concerne ao futsal, a preservação de suas categorias de base, abrangendo até o sub-17, justifica-se pela visão estratégica de que essas divisões podem atuar como celeiros de talentos, contribuindo para a formação de atletas para a equipe profissional de campo.

As Exceções Estratégicas: Base do Futsal e o Mandatório Futebol Feminino

O futebol feminino, embora ainda não tenha alcançado a plena autossustentabilidade financeira, também será mantido, em parte devido à destinação de uma parcela dos valores do patrocínio máster à modalidade.

Nesse contexto, Osmar Stábile mantém reuniões regulares com Íris Sesso, diretora do futebol feminino, onde um dos tópicos centrais é a prospecção e negociação com marcas interessadas em patrocinar a modalidade.

Adicionalmente, a manutenção de uma equipe feminina profissional constitui uma exigência regulamentar da Conmebol para que os clubes sul-americanos possam participar de suas principais competições masculinas, como a Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana.