Corinthians na Copa do Brasil: Gui Negão e Hugo Souza Decisivos em Triunfo Suado

O palco da Copa do Brasil de 2025, nas quartas de final, assistiu a um embate onde a resiliência e a capacidade de superação foram testadas ao limite para o Corinthians. Em uma partida de altos e baixos, a equipe alvinegra conquistou uma vitória que se desenhou nos detalhes, com lances capitais de Gui Negão no ataque e Hugo Souza na defesa, garantindo um resultado fundamental na competição.

A análise pós-jogo revela um mosaico de performances individuais que, somadas, pavimentaram o caminho para o triunfo. Enquanto alguns se destacaram pela combatividade e eficácia, outros enfrentaram dificuldades em se encontrar em campo, tornando a intervenção tática do comando técnico um fator decisivo para a virada de chave no confronto.

A Virada Tática e a Construção do Gol da Vitória

O primeiro tempo da partida mostrou um Corinthians que começou promissor, com momentos de domínio nos minutos iniciais, mas que rapidamente perdeu o ritmo. A equipe não conseguiu manter a criatividade no ataque e, defensivamente, cedeu espaços. Nomes como Matheuzinho, que iniciou bem nas investidas ofensivas, viram seu rendimento cair, assim como Matheus Bidu na lateral oposta, que não conseguiu produzir com efetividade.

A insatisfação com o desempenho inicial ficou evidente nas substituições realizadas no intervalo. Dorival Júnior promoveu mudanças significativas, introduzindo Cacá para solidificar a linha defensiva com três zagueiros de ofício. Essa alteração estratégica visava liberar os laterais para o apoio ofensivo, uma tática que se provou acertada.

O lance do gol, aos 12 minutos do segundo tempo, é um testemunho da eficácia dessa reorganização. Vitinho, que entrou na etapa complementar, fez uma inversão de bola precisa para a direita, encontrando Matheuzinho . O lateral, recuperado e com mais liberdade, efetuou um cruzamento certeiro para a área, onde Gui Negão, com sua disposição e faro de gol, mandou para as redes. Foi o terceiro gol consecutivo do atacante, sublinhando sua fase artilheira e sua importância para o time.

Hugo Souza: O Guardião da Vantagem

Se Gui Negão foi o artilheiro, Hugo Souza emergiu como o grande nome da noite na defesa. O goleiro demonstrou solidez quando acionado, realizando intervenções cruciais que mantiveram o placar a favor do Corinthians . No primeiro tempo, uma defesa atenta a uma cobrança de falta de Zapelli aos 44 minutos já indicava sua boa jornada.

Contudo, foi nos acréscimos da segunda etapa que Hugo Souza selou sua atuação de herói. Em um momento de pressão adversária, com uma cabeçada perigosa em direção ao gol, o goleiro se agigantou e garantiu a vitória com uma defesa espetacular. Sua liderança também se fez presente, com constantes cobranças de atenção aos seus companheiros, demonstrando um papel fundamental na organização defensiva.

Outros defensores também tiveram seus momentos. Gustavo Henrique se destacou pela segurança nos duelos, especialmente os aéreos, realizando interceptações importantes que impediram lances de perigo. André Ramalho, por sua vez, mostrou-se competente em algumas ligações diretas ao ataque, embora com certas dificuldades nos duelos defensivos.

Desempenhos que Oscilaram e a Necessidade de Ajustes

Nem todos os setores do campo apresentaram o mesmo nível de consistência. O meio-campo, por exemplo, teve dificuldades na organização durante o primeiro tempo. Charles, posicionado à frente da zaga, teve uma atuação bastante aquém do esperado, com passes imprecisos e ineficácia na saída de bola, o que o levou a ser substituído no intervalo. Breno Bidon também não conseguiu contribuir significativamente para a organização, parecendo desatento em alguns momentos, apesar de uma leve melhora posterior.

No ataque, Kayke teve bons momentos iniciais, mas "sumiu" da partida e também foi substituído. Garro, apesar de uma bela finalização no primeiro tempo, precisou recuar excessivamente para buscar a bola, o que limitou sua capacidade de criação. A entrada de jogadores como Ryan e Memphis Depay no segundo tempo não trouxe o impacto esperado, com ambos aparecendo pouco.

Um ponto de atenção foi a entrada de Félix Torres no segundo tempo, substituindo o lesionado Matheuzinho . O defensor teve uma atuação abaixo do esperado, com dificuldades na marcação e não conseguindo dar combate efetivo nas investidas adversárias.

O Veredito do Banco: A Mão de Dorival Júnior

A atuação do técnico Dorival Júnior, com nota 5.5, reflete uma partida de dois tempos distintos para o Corinthians . O planejamento inicial não funcionou plenamente na primeira etapa, com a equipe perdendo o controle do jogo. No entanto, sua capacidade de leitura e ajuste no intervalo foi crucial.

A decisão de introduzir Cacá e reestruturar a defesa, liberando os laterais, foi a chave para destravar o ataque e criar as condições para o gol da vitória. Essa intervenção tática demonstra a importância do comando técnico em momentos de adversidade, transformando um cenário de estagnação em um de sucesso, mesmo que suado.

Tabela de Atuações: Notas GE dos Jogadores do Corinthians

A vitória contra o Athletico-PR, pelas quartas de final da Copa do Brasil, não foi apenas um resultado positivo, mas uma demonstração da capacidade do Corinthians de se adaptar e buscar o triunfo mesmo diante de um desempenho irregular. Os destaques individuais de Gui Negão e Hugo Souza , somados à perspicácia tática de Dorival Júnior, foram os pilares que sustentaram a esperança alvinegra na competição. O caminho ainda é longo, mas o time mostra que tem peças e estratégias para seguir adiante.