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Corinthians: MP Amplia Investigação e Aponta Novos Delitos na Gestão Anterior

Por Redação FuTimão em 04/08/2025 11:34

A atuação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) sobre as operações do Sport Club Corinthians Paulista ganhou um novo e mais complexo capítulo. A investigação, que inicialmente se concentrava em alegados casos de apropriação indébita, agora abrange uma gama mais extensa de possíveis delitos cometidos durante a administração do ex-presidente Duilio Monteiro Alves, no período de 2021 a 2023. As novas qualificações incluem estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa, indicando uma profunda preocupação das autoridades com a integridade financeira do clube.

O Procedimento Investigatório Criminal (PIC), em sua fase inicial, dedicava-se primariamente à análise do emprego de cartões corporativos do clube por parte de Duilio e do ex-presidente Andrés Sanchez. Contudo, o foco da apuração se expande substancialmente. O Ministério Público agora examinará minuciosamente um relatório de despesas da presidência referente a outubro de 2023, documento que veio a público por meio de reportagem jornalística.

Uma das frentes mais notáveis da investigação recai sobre a suspeita de que a instituição alvinegra teria mantido vínculos com uma entidade que supostamente operava como uma empresa de fachada, com o propósito de desviar fundos. A empresa em questão, identificada como Oliveira Minimercado, teria registrado um faturamento de R$ 32.580,00 através de sete notas fiscais distintas em nome do Corinthians , todas emitidas entre os dias 18 e 31 de outubro de um determinado ano. O promotor Cassio Roberto Conserino, encarregado do caso, realizou uma vistoria no endereço indicado como sede do minimercado, constatando a ausência de qualquer estabelecimento comercial no local, o que reforça as suspeitas de irregularidade.

Detalhes Suspeitos do Oliveira Minimercado
Detalhe da Transação Valor/Informação
Empresa Suspeita Oliveira Minimercado
Faturamento Total R$ 32.580,00
Notas Fiscais Emitidas 7
Período das Notas 18 a 31 de outubro
Localização Verificada Inexistente (segundo MP)

Escândalos Financeiros: O Caso do Minimercado Fantasma

Além da situação envolvendo o suposto minimercado, o Ministério Público dedicará atenção a outras despesas registradas no mesmo relatório corintiano, as quais sugerem a utilização de verbas do clube para finalidades de caráter pessoal. Em decorrência de sua assinatura neste documento, Denilson Grillo, que atuou como motorista do ex-presidente Duilio, foi formalmente qualificado como investigado, e sua oitiva pelos membros da investigação está prevista para os próximos dias.

Em um movimento proativo, o Ministério Público também emitiu uma recomendação formal ao Corinthians para a "imediata instalação efetiva, autônoma e independente de mecanismos internos de controle, integridade, governança, prevenção de riscos, programas, políticas e código de boas condutas de compliance". Esta orientação, conforme declarado pelo próprio órgão, fundamenta-se nas declarações de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do clube, em coletiva de imprensa recente, onde foi observada "a admissão pública sobre a ausência de completo regramento sobre a utilização do cartão corporativo". Tal constatação sublinha a necessidade urgente de aprimoramento das práticas internas do clube.

A apuração, que teve início na semana precedente, já resultou na solicitação de uma vasta gama de documentos e informações por parte do Ministério Público à direção corintiana. Para a presente semana, estão agendadas as oitivas de figuras importantes da atual administração, como o presidente interino Osmar Stabile, o vice-presidente Armando Mendonça e o próprio presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, todos convocados na condição de testemunhas.

A Demanda por Transparência e os Próximos Passos da Investigação

No cronograma de depoimentos, inclui-se ainda a oitiva de Roberto Gavioli, que exerceu a função de gerente da área financeira tanto nas gestões de Andrés Sanchez quanto de Duilio Monteiro Alves, e que recentemente retornou ao clube sob a gestão de Osmar Stabile. O promotor Cassio Conserino manifestou também o interesse em colher o testemunho do ex-diretor Matías Romano Ávila, ampliando o leque de envolvidos a serem questionados.

Em resposta às alegações, a defesa de Andrés Sanchez divulgou uma nota oficial.

"O Presidente Andrés teve as suas contas aprovadas e não esta preocupado com o procedimento instaurado. Os valores gastos no cartão corporativo foram todos justificados e as despesas de caráter pessoal foram integralmente reembolsadas ao clube. As denúncias são infundadas e tem por objetivo tumultuar a Assembleia Geral de ratificação do impeachment do presidente Augusto Melo. Temos certeza que o Ministério Público vai arquivar o caso assim que o promotor de justiça tiver contato com as provas."

Por sua vez, Duilio Monteiro Alves também se manifestou por meio de uma nota.

"Entendo ser muito oportuna e salutar a notícia sobre abertura de investigação pelo Ministerio Público, destinada à coleta de informações sobre despesas pessoais nas gestões anteriores do Corinthians, dentre as quais a minha, nos anos de 2021 a 2023. Vale ressaltar que fui o primeiro a pedir acesso aos documentos para prestar esclarecimentos, bem como para as devidas apurações e responsabilizações. Ingressei com representações para que tudo seja apurado tanto no Conselho Deliberativo do Corinthians via oficio, quanto por meio de apresentação de notícia-crime na delegacia do DRADE. Reitero meu compromisso com a transparência, a ética e o respeito às instituições, e sigo à disposição do clube e das autoridades, confiando plenamente no trabalho do Ministério Público, certo de que os fatos serão devidamente esclarecidos."

As Versões da Defesa: Ex-Presidentes Se Manifestam

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