Corinthians mira corte de gastos em 2026 para frear dívida bilionária

A primeira metade de 2025 revelou um considerável desequilíbrio nas contas do Corinthians, com um prejuízo de R$ 60 milhões. Este resultado adverso decorre de gastos que superaram em R$ 95 milhões as projeções orçamentárias iniciais. Apesar de o faturamento ter alcançado o patamar esperado, os custos de operação, especialmente aqueles vinculados ao departamento de futebol, exerceram uma pressão significativa sobre o relatório financeiro do período.

Os números internos revelam a origem do desequilíbrio:

Este aumento de R$ 95 milhões nas despesas, em relação ao planejado, foi o motor principal para o déficit de R$ 60 milhões reportado no balanço, impulsionado, sobretudo, pela elevação da folha de pagamento e encargos do departamento de futebol.

A conjuntura foi ainda mais complicada por um período de instabilidade política. A administração liderada por Osmar Stabile efetivamente assumiu suas funções apenas em agosto, sucedendo ao processo de impeachment de Augusto Melo. Tal transição ocorreu com a temporada já em curso, limitando consideravelmente o escopo para ações corretivas. Adicionalmente, o clube se vê atualmente impedido de realizar novas contratações, em virtude de um "transfer ban" imposto pela Fifa.

Embora algumas reestruturações tenham sido implementadas em setores administrativos, a diretoria avaliou como impraticável a diminuição imediata de gastos no futebol, dada a rigidez e o impacto dos contratos em curso. A projeção interna é de que o Corinthians manterá o patamar de prejuízo até o encerramento do ano de 2025.

O Legado Financeiro de 2025: Dívida em Ascensão

Este novo desfalque financeiro empurra a dívida líquida do Corinthians para um patamar próximo dos R$ 2 bilhões. Contudo, para o exercício de 2026, a gestão atual delineia uma perspectiva de cortes mais incisivos, com foco prioritário no departamento de futebol. A abordagem estratégica envolverá a análise cuidadosa dos prazos contratuais e a busca por renegociações, afastando-se de rescisões que poderiam acarretar ônus financeiros ainda mais expressivos.

Um exemplo ilustrativo dessa filosofia é o caso de Memphis Depay. Mesmo sendo o jogador com o maior custo no elenco, a cúpula diretiva não considera a possibilidade de uma rescisão de contrato. O atacante holandês, por sua vez, não expressou qualquer intenção de sair e manifesta satisfação em permanecer no Parque São Jorge.