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Corinthians Feminino: Ex-Jogadoras Acionam Justiça por Dívidas Milionárias e Danos Morais
Por Redação FuTimão em 21/08/2025 13:42
Duas figuras importantes do Corinthians feminino, a atacante Fernanda e a meio-campista Ju Ferreira, decidiram levar à Justiça do Trabalho suas reivindicações financeiras contra o clube. Os valores em disputa são significativos, alcançando R$ 241.809,76 para Fernanda e R$ 253.009,76 para Ju Ferreira, referentes a premiações não quitadas, compensações por danos morais e outras obrigações trabalhistas. Estes processos, recém-iniciados, prometem lançar luz sobre as práticas de gestão do Timão em relação aos seus atletas.
Ambas as atletas defenderam as cores alvinegras durante as temporadas de 2023 e 2024, contribuindo para conquistas importantes. No entanto, suas saídas do Parque São Jorge, ao final do ano passado, foram marcadas pela ausência de pagamento integral de bônus devidos, especificamente aqueles relacionados ao título da Conmebol Libertadores Feminina e ao vice-campeonato do Paulistão Feminino de 2024.
O acordo estabelecia que cada integrante do elenco teria direito a um montante bruto de R$ 174.282,64 pela consagração na Libertadores e R$ 11.972,73 pela campanha no Paulistão. A quantia total devida, portanto, era substancial para as jogadoras que contribuíram diretamente para o sucesso da equipe.
O Contrato Desrespeitado: Parcelamento Forçado e Quebra de Acordo
Conforme as petições apresentadas ao judiciário, Fernanda e Ju Ferreira afirmam que o Corinthians as teria constrangido a aceitar o recebimento das premiações em seis parcelas, estendendo-se de fevereiro a julho de 2025. Esta condição, alegam, divergia do que havia sido inicialmente acordado, que previa a quitação do valor total em uma única parcela após o término dos respectivos contratos.
Trocas de mensagens, anexadas aos autos processuais, evidenciam a insatisfação das atletas com a proposta de parcelamento, formulada ainda sob a gestão Augusto Melo. Elas manifestaram receios quanto a possíveis atrasos, temores que, segundo os processos, se concretizaram. O clube efetuou o pagamento de apenas três parcelas ? em fevereiro, março e maio ? totalizando R$ 73.245,61. Contudo, as jogadoras questionam os descontos aplicados e a ausência de quitação das parcelas subsequentes.
Alegações de Discriminação e Danos Morais Indenizáveis
Além dos valores de premiação em aberto e dos descontos considerados indevidos, as atletas buscam a condenação do Corinthians por danos morais. A justificativa para tal pleito reside nos reiterados atrasos salariais e na falha em honrar a integralidade dos bônus prometidos, o que teria gerado transtornos e prejuízos de ordem pessoal e profissional.
Um ponto particularmente delicado nas ações é a alegação de "conduta discriminatória" por parte do Corinthians . As jogadoras apontam que, já sob a administração interina de Osmar Stabile, uma das parcelas restantes das premiações teria sido paga exclusivamente às atletas que permaneceram no elenco (em julho), em detrimento daquelas que haviam deixado o clube. Tal distinção, se comprovada, configuraria uma grave falta de ética e tratamento desigual.
Detalhes das Cobranças: A Tabela de Valores Reivindicados
Para melhor compreensão da dimensão das cobranças, apresentamos um detalhamento dos valores reivindicados por cada ex-atleta nas respectivas ações judiciais:
Item da Cobrança | Valor Reivindicado por Fernanda (R$) | Valor Reivindicado por Ju Ferreira (R$) |
---|---|---|
Premiações em Aberto | 85.399,57 | 85.399,57 |
Descontos Indevidos | 27.610,19 | 27.610,19 |
Indenização por Danos Morais | 115.000,00 | 125.000,00 |
Multa | 13.800,00 | 15.000,00 |
Total Geral | 241.809,76 | 253.009,76 |
Os desdobramentos desses processos serão acompanhados de perto, com audiências já agendadas para o mês de outubro. O Corinthians , por sua vez, mantém sua política de não comentar ações judiciais em andamento, uma postura protocolar que, no entanto, não mitiga a gravidade das acusações. A situação expõe um lado menos visível da gestão de um clube de ponta, onde a falta de cumprimento de acordos pode gerar passivos significativos e abalar a reputação institucional.
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