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Corinthians: Detalhes da Negociação Crucial de R$ 57 Milhões com a LFU
Por Redação FuTimão em 29/07/2025 04:14
O Sport Club Corinthians Paulista, enfrentando um cenário de considerável desafio financeiro, direcionou seus esforços para a Liga Forte União (LFU) em busca de um aporte de R$ 57 milhões. A expectativa é que, se a negociação for bem-sucedida, os recursos cheguem aos cofres alvinegros ainda em agosto, provendo um fôlego essencial para a gestão corrente.
A destinação prioritária desses valores abrange diversas frentes cruciais para o funcionamento do clube. Salários de atletas e demais colaboradores, premiações, compromissos com fornecedores e, eventualmente, a possibilidade de novas aquisições para o elenco profissional masculino estão entre os usos previstos para o capital.
Componentes do Acordo com a LFU
O montante total que o Corinthians pleiteia junto à LFU é estruturado em duas vertentes distintas, cada qual com suas particularidades financeiras e burocráticas:
Origem do Recurso | Valor (R$) | Detalhes e Condições | Aprovação Interna Requerida |
---|---|---|---|
Adiantamento de Receita Variável | 27 milhões | Referente à performance no Campeonato Brasileiro, com previsão original de recebimento em dezembro. | Não necessária, pois o valor já consta no orçamento de 2025 e não há incidência de juros ou taxas. |
Empréstimo com Juros | 30 milhões | Condicionado a uma taxa de juros de CDI (atualmente 14,9% ao ano) acrescida de 3%. | Autorizado pelo Conselho de Orientação (CORI) do clube. |
Para a concessão do empréstimo de R$ 30 milhões, a LFU impôs uma condição: a extensão do contrato do Corinthians com a liga por mais um ano. O vínculo original, que se estenderia até 2029, passaria a ter validade até 2030. Apesar de não considerar essa exigência como a mais favorável, a diretoria alvinegra sinalizou aceitação, desde que seja incluída uma "cláusula de saída".
Essa cláusula permitiria ao Corinthians reverter o ano adicional de contrato caso o valor do empréstimo, devidamente corrigido, fosse integralmente devolvido. Tal mecanismo confere à decisão do presidente interino, Osmar Stabile, um caráter reversível, podendo ser desfeita por ele mesmo ou por seu sucessor na gestão do clube.

Desafios de Fluxo de Caixa e Outras Fontes de Receita
A busca por esses recursos da LFU evidencia as persistentes dificuldades de fluxo de caixa enfrentadas pelo Corinthians . Em coletiva de imprensa, o presidente interino Osmar Stabile detalhou a complexidade da situação financeira do clube:
Recebemos o Corinthians sem fluxo de caixa para maio, junho e julho. Praticamente sem nada, o que tinha de receber foi em janeiro e fevereiro, só que o dinheiro foi utilizado de uma forma que não sei, não chegou no futebol.
Stabile também abordou a questão dos pagamentos de premiações e a natureza da entrada de receitas:
Por que não pagou os prêmios? 40% do que tínhamos que receber da Liga já recebemos, só que o fluxo de movimentação do dinheiro é assim: você recebe no início e no fim do ano. E o meio, não vive? Vive e precisamos de dinheiro. O grande problema que passamos no fluxo de caixa foi isso aí. Entra dinheiro, mas entra no começo e no final. E o meio? Como eu disse, estamos correndo atrás, quando deveríamos estar correndo na frente.
Além dos valores provenientes da LFU, o Corinthians tem outras expectativas de recebimento em agosto. A Nike, fornecedora de material esportivo, deve efetuar o pagamento de R$ 50 milhões referentes às luvas pela renovação contratual. Em 2026, a empresa efetuará mais R$ 50 milhões, divididos em duas parcelas, solidificando um importante pilar de receita.
Histórico de Acordos e Projeções Futuras
É relevante recordar que, no ano anterior, ao firmar o contrato com a LFU, o Corinthians já havia obtido um empréstimo de R$ 150 milhões, com condições de juros semelhantes (CDI + 3%). Adicionalmente, em maio deste ano, logo após o afastamento do então presidente Augusto Melo e a ascensão de Osmar Stabile ao cargo interino, o clube antecipou aproximadamente R$ 22 milhões de receitas provenientes do acordo com a LFU, demonstrando uma estratégia contínua de antecipação de recebíveis.
No que tange aos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro desta temporada, o clube projeta uma receita total de cerca de R$ 210 milhões. Desse montante, aproximadamente R$ 100 milhões já foram creditados ao caixa alvinegro. Contudo, mesmo com a injeção desses recursos, a diretoria ainda prevê desafios para honrar todos os compromissos financeiros até o término do ano. Para equilibrar as contas e alcançar um superávit, o Timão almeja arrecadar pelo menos R$ 100 milhões através da venda de atletas na próxima janela de transferências, uma medida que se mostra indispensável para a saúde fiscal da instituição.
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