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Corinthians: Desvio de Materiais Nike, Cota Estourada e Câmeras Sabotadas. Entenda o Caso.
Por Redação FuTimão em 30/09/2025 09:23
O Sport Club Corinthians Paulista encontra-se mergulhado em uma série de controvérsias que cercam a gestão de seus materiais esportivos, culminando no estouro da cota de produtos fornecidos pela Nike para o ano de 2025 e na instauração de uma rigorosa apuração interna para desvendar o paradeiro de itens essenciais.
A situação é delicada e levanta questionamentos profundos sobre a transparência e a integridade dos processos internos do clube. As ramificações deste caso se estendem por diferentes esferas, envolvendo desde a administração de estoque até a segurança patrimonial.
A Sombra da Investigação Interna e Policial
A pedido do Conselho Deliberativo, uma nova e abrangente varredura está sendo conduzida para mapear todo o fluxo de materiais esportivos da Nike, desde sua chegada até sua saída, abrangendo o período da atual gestão. As comissões de Marketing e Finanças do clube têm a responsabilidade de apresentar um relatório conclusivo nos próximos dias, prometendo desvendar as complexidades dessa operação.
O que se iniciou como uma averiguação de rotina ganhou contornos mais sérios. A investigação, que teve seu pontapé inicial antes mesmo do processo de impeachment do ex-presidente Augusto Melo, agora se aprofunda diante de indícios de possíveis desvios de produtos e o uso indevido de poder no âmbito da gestão interina, que assumiu em maio. Adicionalmente, um inquérito da Polícia Civil já estava em andamento desde meados do ano, focando em potenciais desvios de materiais durante a gestão de Melo.
Essas apurações paralelas e complementares pintam um quadro preocupante, indicando que as irregularidades podem ter raízes mais profundas e abrangentes do que inicialmente imaginado, atravessando diferentes períodos administrativos do clube.
O Estouro da Cota Nike e as Contas Questionadas
Um dos pontos centrais da controvérsia reside no fato de que o Timão excedeu sua cota anual de R$ 4 milhões em produtos da Nike, destinada a equipar os times, com um valor que superou essa marca em "alguns milhões" entre janeiro e o início de setembro. Esta superação prematura da cota para o próximo ano fiscal, antes mesmo de 2024 terminar, é um indicativo de uma possível desorganização ou de um consumo descontrolado dos materiais.
A partir do próximo ano, com a entrada em vigor do novo contrato entre o clube e a gigante de material esportivo, o valor dessa cota será reajustado, o que, por si só, não explica o excedente atual, mas sinaliza uma tentativa de adequação futura.
Além disso, o histórico recente do clube já apresentava sinais de alerta. Em maio, foi revelado que o Corinthians havia recebido quase R$ 5 milhões da fornecedora de material esportivo sem o devido registro de notas fiscais. Tal falha contábil foi um dos fatores determinantes para a reprovação das contas do ex-presidente pelo Conselho Deliberativo, sublinhando um padrão de inconsistências na gestão financeira e de materiais.
O Enigma das Câmeras: Sabotagem no Almoxarifado?
A complexidade do caso é acentuada por um incidente alarmante ocorrido em maio. O Corinthians tomou a iniciativa de acionar as autoridades policiais após funcionários do Centro de Treinamento Joaquim Grava constatarem uma falha incomum: as imagens das câmeras do almoxarifado estavam sendo desviadas do sistema interno de controle.
O boletim de ocorrência lavrado pelo clube detalhou que a descoberta se deu quando a equipe de segurança identificou que as câmeras da sala de estoque, apesar de estarem ligadas e operacionais, não transmitiam para o sistema de monitoramento interno. Este tipo de "sabotagem" ao sistema de vigilância foi detectado exclusivamente na sala de estoque de uniformes, um detalhe que não pode ser ignorado.
A principal suspeita é que a interrupção proposital das imagens do almoxarifado poderia ter o objetivo de ocultar algum tipo de desvio de peças da Nike, impedindo que as gravações servissem como prova de eventuais irregularidades. O silêncio da diretoria sobre o caso, com o vice-presidente Armando Mendonça, responsável pela administração do estoque, e a assessoria do Timão optando por não se manifestar, apenas adensa o véu de mistério que cerca essa delicada situação.
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