Corinthians Desafia Transfer Ban: Nova Proposta por Félix Torres e R$ 33 Milhões em Jogo

O Sport Club Corinthians Paulista encontra-se em uma conjuntura desafiadora, confrontado com a imposição de um "transfer ban" que restringe sua capacidade de registrar novos atletas por um período de três janelas de transferências, abrangendo o ciclo atual e os dois vindouros. A origem desta severa sanção reside em uma pendência financeira considerável com o Santos Laguna, do México, referente à aquisição do zagueiro Félix Torres.

Diante deste cenário iminente, a diretoria alvinegra intensifica seus esforços diplomáticos e financeiros. Conforme apurações, conversas diárias estão em curso com o clube mexicano, com o objetivo de pavimentar o caminho para um acordo. A estratégia atual do Timão é apresentar uma terceira proposta, na tentativa de regularizar a situação e, consequentemente, reverter a restrição imposta pela FIFA.

O montante total devido pelo Corinthians ao Santos Laguna alcança a cifra de US$ 6,145 milhões, o que, na cotação cambial vigente, se traduz em aproximadamente R$ 33,47 milhões. Esta dívida é composta tanto pelo valor remanescente da transação original quanto por multas adicionais acumuladas devido ao atraso no cumprimento das obrigações.

A Saga das Negociações e a Busca por Recursos

As duas propostas anteriores apresentadas pelo Corinthians foram categoricamente recusadas. A primeira previa um pagamento inicial de 30% do valor total, enquanto a segunda elevava essa entrada para 50%, com o saldo parcelado em cinco vezes. A nova oferta em preparação, segundo fontes, promete superar as condições previamente apresentadas, refletindo a urgência e a seriedade do clube em resolver o impasse.

O departamento financeiro do Corinthians está em plena busca por recursos para viabilizar este novo acordo. Contudo, já dispõe de algumas antecipações estratégicas, notadamente um adiantamento de R$ 50 milhões proveniente da Nike, fruto da recente renovação contratual que estende o vínculo por mais uma década. Este valor é crucial para a composição da proposta a ser enviada.

Apesar das recusas iniciais, um fio de otimismo permeia o Parque São Jorge. A mudança de postura do Santos Laguna, que passou a responder aos contatos do Corinthians após um período de notável silêncio, é interpretada como um sinal positivo de que um acordo amigável, finalmente, está ao alcance.

Foto: (Rodrigo Coca / Corinthians)

O Caminho Legal e as Consequências da Inadimplência

A punição da FIFA não surgiu de forma inesperada. O clube mexicano acionou a entidade máxima do futebol em maio de 2024, após o Corinthians não cumprir o prazo estabelecido para a quitação da segunda parcela da transação envolvendo Félix Torres. Este acionamento desencadeou todo o processo que culminou na sanção atual.

Após ser devidamente notificado pela FIFA, o departamento jurídico do Corinthians buscou todas as vias recursais possíveis, incluindo o acionamento do CAS (Corte Arbitral do Esporte), na tentativa de evitar a imposição da punição. Contudo, o clube não obteve sucesso em nenhuma das instâncias. O prazo final para a quitação integral do débito à vista expirou na última segunda-feira, selando o destino do "transfer ban".

A impossibilidade de registrar jogadores por três janelas de transferências representa um entrave significativo no planejamento esportivo do Corinthians . A medida limita drasticamente as opções para reforçar o elenco, ajustar a equipe e competir em alto nível, impactando diretamente a capacidade do clube de se reestruturar e buscar melhores resultados em campo.

Outros Entraves e o Futuro Jurídico do Clube

Como se não bastasse a complexidade da dívida por Félix Torres, o Corinthians ainda enfrenta a sombra de outras duas possíveis sanções que pairam sobre o clube. As contratações de Garro e a rescisão contratual de Matías Rojas são casos que se arrastam desde o ano passado, adicionando camadas de incerteza à situação jurídica e financeira do Timão.

Ambos os processos já resultaram em condenações da FIFA, embora o Corinthians tenha recorrido em ambas as instâncias. A resolução dessas pendências, somada à crucial questão de Félix Torres, é fundamental para a estabilidade futura do clube. A necessidade de gerenciar múltiplos frontes legais simultaneamente exige uma articulação e um planejamento que testarão a capacidade da atual gestão em navegar por águas turbulentas.