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Corinthians: Ação Judicial de Atleta da Base, Cobrança de FGTS e Rescisão Contratual
Por Redação FuTimão em 16/06/2025 22:02
O cenário do futebol brasileiro, notadamente no Corinthians, parece ser um terreno fértil para desafios que transcendem as quatro linhas. Enquanto a torcida anseia por resultados em campo, os bastidores do Sport Club Corinthians Paulista continuam a ser palco de embates jurídicos e questões financeiras que, por vezes, parecem sistêmicas. O mais recente episódio, envolvendo um jovem atleta das categorias de base, reacende o debate sobre a gestão e o tratamento dado aos talentos em formação.
A Trajetória de Franco Delgado no Parque São Jorge
A trajetória de jovens talentos no futebol brasileiro, muitas vezes, é marcada por reviravoltas e desafios inesperados. O atacante uruguaio Franco Delgado, de vinte anos, que integrou as categorias de base do Sport Club Corinthians Paulista, chegou ao Parque São Jorge em março do ano anterior, oriundo do Danubio, com a expectativa de se desenvolver. Contudo, sua passagem pelo Alvinegro não se consolidou conforme o esperado. O atleta, embora tenha recebido chances sob o comando de Danilo, gradualmente perdeu seu espaço com a chegada de Rafael Lacerda e, posteriormente, foi definitivamente afastado da equipe Sub-20 após a assunção de Orlando Ribeiro, o que o impediu de participar da prestigiada Copinha. Desde o encerramento de 2024, Delgado vinha atuando com o elenco Sub-18, um indicativo de sua progressiva marginalização no planejamento do clube.
O Imbróglio Judicial e as Cobranças Milionárias
Agora, o que se desenha como mais um obstáculo nos bastidores do clube do Parque São Jorge é a ação judicial movida por Franco Delgado. O jovem atleta, que defendeu as cores do Corinthians em suas divisões de base, busca judicialmente uma quantia que ultrapassa os seiscentos mil reais, referente a débitos acumulados durante seu vínculo com a instituição. Este tipo de litígio, infelizmente, tem se tornado uma constante na rotina do clube, levantando questionamentos sobre a solidez de suas práticas administrativas e o cumprimento de obrigações contratuais.
Conforme informações veiculadas pelo portal "Meu Timão", a demanda central do atacante uruguaio reside na solicitação de rescisão contratual, alegando a omissão do clube no recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Adicionalmente, a ação judicial abrange a cobrança de diversas outras verbas que, segundo o jogador, não foram devidamente quitadas. Entre os valores pleiteados, destacam-se o décimo terceiro salário, verbas de férias, a própria rescisão contratual e os salários que seriam devidos até o término de seu vínculo, previsto para março de 2027. O montante total reivindicado atinge a cifra de R$ 604.036,47, um valor considerável para um atleta que não chegou a se firmar no elenco principal.
A falta de recolhimento do FGTS é uma infração trabalhista grave e recorrente em diversas esferas do futebol brasileiro. Para os clubes, especialmente aqueles com grandes orçamentos como o Corinthians , a reincidência em tais falhas não apenas gera passivos financeiros significativos, mas também arranha a imagem institucional e a credibilidade perante atletas e o mercado. Essa prática negligente não só prejudica o trabalhador em seu direito fundamental, mas também expõe o clube a penalidades e novas ações judiciais, criando um ciclo vicioso de despesas e desgastes.
Implicações e o Futuro da Gestão Corintiana
Casos como o de Franco Delgado não são isolados na história recente do Corinthians . A repetição de litígios envolvendo ex-jogadores, técnicos e até mesmo funcionários por questões trabalhistas e financeiras sugere uma fragilidade estrutural na gestão de recursos e na conformidade com as leis. Cada nova ação judicial representa não apenas um custo direto, mas também um desvio de atenção e energia que poderiam ser canalizados para o planejamento esportivo e a busca por resultados em campo.
A resolução desse imbróglio, assim como de tantos outros, será crucial para a saúde financeira e a reputação do Sport Club Corinthians Paulista. É imperativo que a diretoria adote medidas mais rigorosas e transparentes na administração de seus compromissos, garantindo que a base, celeiro de futuros talentos, não seja mais um foco de problemas, mas sim um pilar de sustentabilidade e sucesso para a instituição. O futuro do clube depende, em grande parte, da capacidade de aprender com esses reveses e de estabelecer uma cultura de responsabilidade e probidade.
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