Corinthians 2026: Fabinho Soldado Revela Dilemas e Planos Estratégicos

A projeção para o futuro do Sport Club Corinthians Paulista permanece envolta em incertezas. Enquanto o clube alvinegro segue na disputa pelo título da Copa do Brasil, o que poderia garantir uma cobiçada vaga na Conmebol Libertadores, a capacidade de incorporar novos talentos ao elenco para as próximas temporadas é questionável, devido às restrições de registro impostas tanto pela FIFA quanto pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Diante deste panorama de ambiguidade, o diretor executivo Fabinho Soldado tem se deparado com consideráveis obstáculos na elaboração do planejamento para o ano de 2026. Em uma recente participação no podcast "Denílson Show", o líder do departamento de futebol elucidou que uma força-tarefa específica foi estabelecida com o propósito de antecipar e preparar o clube para todas as eventuais conjunturas que possam surgir na temporada vindoura.

Soldado enfatizou a proatividade da gestão interna: "O que posso dizer ao torcedor é que tivemos essa conversa (interna) há mais de dois meses, acertamos pontos desse planejamento e está pronto para que possamos executar mediante autorização do nosso presidente, que tem nos apoiado muito. O Osmar tem se dedicado bastante para colocar o Corinthians no melhor cenário".

Os Obstáculos Financeiros que Freiam o Timão

A principal barreira para a aquisição de novos atletas reside em uma série de pendências financeiras. Para que o impedimento de registro da FIFA seja suspenso, o Corinthians necessita quitar um débito aproximado de R$ 40 milhões junto ao Santos Laguna, do México. Esta dívida remonta ao início do ano anterior, originada pela contratação do zagueiro Félix Torres.

No âmbito nacional, a CBF mantém o Corinthians impossibilitado de registrar jogadores em virtude de atrasos no cumprimento de parcelas da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD). Embora o clube esteja, neste momento, em dia com suas obrigações pertinentes a essa instância, a sanção regulatória permanece ativa.

Adicionalmente, há uma pendência significativa com o meio-campista Matías Rojas, decorrente do não cumprimento de seu contrato de trabalho. O montante devido ao jogador paraguaio soma R$ 41,3 milhões. Contudo, Rojas manifestou abertura para um parcelamento da quantia, e as tratativas estão em curso, com interesse recíproco em formalizar um acordo nas próximas semanas.

A Complexa Gestão do Elenco em Meio às Proibições

Em decorrência das incertezas quanto à viabilidade de novas contratações no próximo período de transferências, a diretoria corintiana considera a possibilidade de não encerrar alguns vínculos contratuais em vigor. A lógica por trás dessa estratégia é clara: caso haja perda de jogadores, a única alternativa para preencher as lacunas no elenco seria recorrer exclusivamente às categorias de base do clube.

Recentemente, foi noticiado que o Corinthians encaminhou ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, uma proposta para estender o empréstimo do volante Maycon. O jogador é visto pelo técnico Dorival Júnior como uma peça fundamental na composição do plantel atual. A situação ilustra a dificuldade em planejar sem a garantia de poder ir ao mercado.

Fabinho Soldado expressou o dilema que permeia a gestão de pessoal: "Estamos com a expectativa (do pagamento) do transfer ban. Hoje, o Corinthians não pode contratar. Precisamos olhar para as saídas de jogadores, mas se sair alguém eu preciso que chegue outro. Neste primeiro momento, não tenho a sinalização da chegada. Para sair, você tem que ter o tempo certo. O que vou fazer com os emprestados? Retorna 100% com eles ou espera mais um pouco?".

O Futuro dos Atletas Emprestados e a Busca por Soluções

Três jogadores que atualmente estão cedidos a outros clubes têm retorno previsto ao Parque São Jorge em janeiro do próximo ano: Fagner (Cruzeiro), Pedro Raul (Ceará) e Alex Santana (Grêmio). Contudo, o trio possui salários elevados, o que demandará uma reavaliação minuciosa e interna sobre seus respectivos futuros no clube.

A perspectiva apurada indica que a diretoria do Corinthians aguardará o desfecho da atual temporada para adotar medidas mais incisivas. A expectativa é pelo recebimento das premiações referentes ao Campeonato Brasileiro e à Copa do Brasil, além dos valores correspondentes aos direitos de transmissão.

Existe uma considerável probabilidade de que o Timão recorra a um empréstimo financeiro para liquidar o transfer ban da FIFA e cumprir com obrigações trabalhistas essenciais, como o pagamento de salários, 13º e férias, buscando assim estabilizar suas finanças e abrir caminho para um planejamento mais concreto.