Clubes Brasileiros em Risco na Libertadores e Sul-Americana | Análise de Desempenho

O cenário das competições continentais da Conmebol revela uma realidade preocupante para o futebol brasileiro. Após a precoce despedida do Corinthians na Sul-Americana, que se somou à eliminação do Cruzeiro, um considerável número de outros representantes nacionais ainda enfrenta a iminência de não alcançar as fases decisivas dos torneios deste ano.

O Peso da Eliminação Precoce: Corinthians e Cruzeiro Fora

A desilusão já se abateu sobre algumas das mais tradicionais equipes do país. O Corinthians , por exemplo, viu seu caminho na Sul-Americana ser interrompido ainda na etapa de grupos. O revés diante do Huracán, líder isolado de sua chave, selou o destino do Alvinegro, que encerrou sua participação em terceiro lugar no Grupo C. Apesar de igualar a pontuação do América de Cali, oito pontos, o critério do saldo de gols, o primeiro desempate, foi desfavorável ao clube paulista.

Igualmente lamentável foi a trajetória do Cruzeiro, cuja eliminação na mesma competição se deu com duas rodadas de antecedência. A performance inicial da Raposa, marcada por três derrotas consecutivas no Grupo E, aniquilou quaisquer possibilidades matemáticas de avanço.

Foto: (Agência Corinthians / Esporte News Mundo)

A Corda Bamba: Quem Ainda Luta Pela Sobrevivência Continental

A lista de clubes brasileiros que ainda flertam com o insucesso é extensa e preocupante. Na Sul-Americana, o Vitória encontra-se em uma posição delicada. Atualmente na segunda colocação do Grupo B, com seis pontos, a equipe baiana pode ser ultrapassada e terminar em terceiro, a depender dos desfechos da última rodada. Um confronto direto entre Defensa y Justicia e Cerro Largo, ambos com quatro pontos, definirá um concorrente direto à vaga nos playoffs das oitavas, onde o Vitória enfrentaria o já garantido Universidad Católica.

No âmbito da Libertadores, Flamengo e Fortaleza, embora em segundo lugar em seus respectivos grupos (C e E), dependem exclusivamente de seus próprios resultados para avançar. Uma vitória é o passaporte para as oitavas, mas qualquer tropeço pode significar o fim da jornada continental.

Por fim, um embate fratricida definirá o destino de Internacional ou Bahia na Sul-Americana. As duas equipes brasileiras se enfrentam em um duelo direto pelo Grupo F. O Colorado, com um ponto de vantagem e a segunda posição, tem a vantagem do empate, enquanto o time de Rogério Ceni precisa imperativamente da vitória para seguir adiante.

Entre a Qualificação e a Liderança: Cenários de Otimismo Cauteloso

Nem todos os brasileiros se encontram em situação de extremo risco. O Vasco da Gama, por exemplo, já tem sua participação garantida nos playoffs da Sul-Americana, tendo assegurado a segunda posição no Grupo G e agora aguarda um adversário oriundo da Libertadores.

Fluminense e Grêmio, ambos já com a classificação assegurada para as fases eliminatórias de seus respectivos torneios, concentram seus esforços em garantir a liderança de suas chaves. O Tricolor carioca terá um confronto direto contra o Once Caldas pela ponta, enquanto o Grêmio necessita de um triunfo sobre o Sportivo Luqueño e um tropeço do Godoy Cruz diante do Atlético Grau para assumir a liderança.

O Atlético-MG, por sua vez, está em uma posição bastante confortável na Sul-Americana. A eliminação do Galo só ocorreria em um cenário de proporções vexatórias, pois a equipe disputa a liderança do grupo com o Cienciano, ostentando três pontos de vantagem sobre o Caracas, terceiro colocado, e uma significativa superioridade no saldo de gols (5 contra -3). Para ser desclassificado, o time precisaria de uma derrota por placar elástico e uma improvável goleada do adversário venezuelano para reverter o saldo.

A Segurança dos Classificados: Palmeiras, São Paulo e Botafogo Adiante

Felizmente, há também exemplos de solidez e planejamento. Palmeiras, São Paulo e Botafogo já carimbaram seus passaportes para as fases eliminatórias da Libertadores. O Alvinegro carioca, atual detentor do título, assegurou sua vaga na segunda posição do Grupo A. Já os gigantes paulistas demonstraram superioridade em suas chaves, garantindo a classificação antecipadamente e na primeira colocação, um indicativo de força e consistência.

Este panorama das competições sul-americanas revela uma disparidade notável no desempenho dos clubes brasileiros. Enquanto alguns demonstraram a força e a tradição esperadas, outros decepcionaram precocemente ou ainda vivem sob a sombra da eliminação. A performance geral sugere que a hegemonia brasileira no continente, embora ainda presente, enfrenta desafios crescentes, exigindo dos clubes uma revisão de estratégias e um compromisso ainda maior com a excelência para evitar que mais vexames se somem à lista.