Casagrande Detona: Folha Salarial do Corinthians Não Condiz com Elenco

A iminência do confronto entre Corinthians e Palmeiras pelas oitavas de final da Copa do Brasil reacende um debate persistente nos bastidores do Parque São Jorge: a notável disparidade entre o vultoso investimento em salários e a performance do elenco sob o comando técnico. Essa questão foi minuciosamente dissecada pelo renomado colunista Walter Casagrande, durante sua participação no programa UOL News Esporte.

Para Casagrande, a estrutura financeira do clube, particularmente no que tange aos vencimentos dos atletas, não se alinha à competência demonstrada em campo. O ex-jogador ressaltou que a presença de determinados atletas no elenco não é o cerne da questão, mas sim os valores estratosféricos que lhes são pagos.

Eu não acho que esses jogadores não deveriam estar no Corinthians porque são caros. Não, não. Fora o Memphis, os outros poderiam estar no Corinthians. Só que não com os salários que os caras ganham.

A Discrepância Financeira Alvinegra

A magnitude do compromisso financeiro do clube torna-se ainda mais evidente ao se observar seu posicionamento no cenário nacional. O Alvinegro detém a terceira maior folha salarial do futebol brasileiro, superado apenas por um de seus maiores rivais e pelo líder inconteste neste quesito.

Contudo, em uma avaliação crítica, Casagrande sustenta que, apesar de tais cifras, a qualidade geral do plantel corintiano é, na melhor das hipóteses, mediana, destoando do patamar financeiro que ocupa.

O Custo de um Elenco Mediano: O Caso Coronado

Para ilustrar o ponto de forma contundente, Casagrande citou o exemplo de um atleta que já deixou o clube:

O Igor Coronado, que já foi embora, ficou um ano ganhando R$ 2 milhões por mês e sem jogar. Eu tô dando um exemplo. A culpa não é do Coronado, a culpa é dos caras que trabalham lá no Corinthians, que fizeram um elenco de qualidade média só que com um salário de jogador de seleção brasileira no auge.

Esta situação, na perspectiva do analista, aponta diretamente para a responsabilidade da gestão na montagem de um plantel com custos de elite e desempenho aquém.

O palco para a verificação dessa análise se dá na Neo Química Arena, onde o Corinthians recebe o Palmeiras às 21h30 (horário de Brasília) para o primeiro embate das oitavas de final da Copa do Brasil. O confronto decisivo ocorrerá na semana subsequente, no Allianz Parque.

Mais do que a simples progressão para as quartas de final, este Dérbi representa uma oportunidade de revanche para o rival, após a derrota na final do Campeonato Paulista, onde o Corinthians se sagrou campeão. A expectativa é que o desempenho em campo reflita, ou não, a validade dos dispendiosos investimentos.