Casagrande aponta gravidade na gestão do Corinthians e faz comparação polêmica

A deterioração administrativa que assombra o Parque São Jorge tornou-se pauta central nas análises de Walter Casagrande. Durante sua participação no UOL News Esporte, o colunista estabeleceu um paralelo direto entre a atual gestão do Corinthians e a do São Paulo, indicando que ambos os clubes agora compartilham o mesmo patamar de instabilidade institucional. Segundo o comentarista, o cenário extracampo das duas entidades atingiu níveis preocupantes, frequentemente associados a noticiários que transcendem as quatro linhas.

Apesar da equivalência nos erros de gestão, Casagrande destaca uma distinção fundamental que ainda mantém o Alvinegro em uma posição de sobrevivência esportiva. Para ele, a simbiose histórica entre a torcida corinthiana e a equipe permite que o clube ainda colha frutos no gramado, algo que ele não projeta com a mesma facilidade para o rival do Morumbi. Essa resiliência, contudo, é vista como um paliativo que apenas mascara o passivo financeiro e os problemas éticos que cercam a diretoria.

Instabilidade administrativa e o passivo bilionário

O colunista foi enfático ao descrever a gravidade das questões que envolvem os bastidores. Entre as polêmicas citadas, figuram episódios de coação, dívidas crescentes e controvérsias envolvendo camarotes e bens móveis. Casagrande alerta que, embora vitórias pontuais possam trazer um alento momentâneo, a estrutura política do Corinthians corre o risco de um agravamento severo caso não ocorra uma reforma profunda e imediata no modelo de governança.

Abaixo, uma síntese dos pontos comparativos levantados pela análise:

O impacto das conquistas na percepção dos problemas

Para o comentarista, a conquista de títulos importantes serve, por vezes, como uma cortina de fumaça que impede a resolução definitiva dos problemas financeiros, que já ultrapassam a casa dos bilhões. Ele reforça que o comportamento da torcida e a mística do clube garantem resultados que a má administração, por si só, não justificaria. A crítica de Casagrande foca na necessidade de uma mudança de postura para evitar que o clube permaneça refém de escândalos de menor ou maior escala.

Em suas próprias palavras, o ex-jogador detalhou a situação crítica:

"O São Paulo alcançou o Corinthians na situação grave da administração. Alcançou. Só não vai conseguir alcançar os resultados que acontecem no campo. Porque os comportamentos, a história, o tipo de relação de torcida e time é diferente. Então, o Corinthians continua devendo quase 3 bilhões, mas ganhou um campeonato paulista, ganhou maravilhosamente uma Copa do Brasil, dá uma abafada, mas nada mudou. Se lá no Corinthians ninguém se mexer, a coisa vai continuar piorando. E o São Paulo chegou junto ao Corinthians nessa situação. Página policial... coação, dívida, questão do camarote, carro, umas coisas assim, coisa pequena, mas tem coisas grandes também."

O alerta final do colunista serve como um lembrete de que o prestígio esportivo não deve ser utilizado para ignorar a necessidade de transparência. A manutenção do Corinthians como uma potência competitiva depende, a longo prazo, de uma limpeza nos bastidores que hoje, segundo Casagrande, assemelha-se a um cenário de investigação policial.