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Bidon: De Volante a Camisa 10 no Corinthians – A Visão Genial de Dorival Júnior

Por Redação FuTimão em 04/10/2025 09:21

Breno Bidon, joia lapidada nas categorias de base do Corinthians, teve sua ascensão ao elenco principal marcada por atuações como segundo volante. Contudo, foi a perspicácia de Dorival Júnior que revelou uma faceta até então inexplorada na promessa: a de um verdadeiro camisa 10, um articulador nato no meio-campo.

O jovem atleta, de apenas 20 anos, foi integrado ao time profissional corintiano em 2024, logo após sua participação destacada na Copinha, onde demonstrava sua versatilidade na posição de segundo volante. Ao longo de sua primeira temporada no profissional, Bidon esteve sob a batuta de diversos treinadores, incluindo Mano Menezes, António Oliveira e Ramón Díaz.

Com Mano Menezes, a oportunidade de entrar em campo não se concretizou. Já com António Oliveira e Ramón Díaz, Bidon teve momentos de relevância, contribuindo com dinamismo nas jogadas, ainda que predominantemente como segundo volante. Sua fase de maior inconstância ocorreu entre julho e agosto, já sob a liderança do técnico argentino.

Durante esse período inicial, Bidon experimentou diversas posições no setor intermediário. Transitou pela ligação entre defesa e ataque, atuou como um meia pelas laterais e, em partidas que exigiam maior ofensividade, chegou a ser escalado como primeiro volante. No entanto, sua presença como um "camisa 10" clássico era uma raridade.

A Transformação Tática de Bidon com Dorival Júnior

A verdadeira guinada na carreira de Bidon ocorreu com a chegada de Dorival Júnior. Bastaram poucos treinamentos para que o novo comandante chegasse a uma conclusão definitiva: o camisa 27 possuía um perfil muito mais alinhado a um meia-armador do que a um segundo volante, cuja função exige igual intensidade tanto na ajuda defensiva quanto na ofensiva.

O Bidon não é um volante, ele tem todas as características de um meia. Eu vejo o Bidon jogando mais solto. Dorival Júnior, após seu terceiro jogo no Corinthians

Atualmente, o novo "camisa 10" vive seu ápice na função. Mesmo com os resultados adversos do Corinthians nos últimos três confrontos, Bidon se destacou nas partidas contra Sport, Flamengo e Internacional. Ele distribuiu passes precisos, arquitetou lances de alto risco e por muito pouco não balançou as redes contra a equipe pernambucana, impedido pela trave.

Bidon: A Versão Brasileira de Rodrigo Garro

Bidon emergiu como a "versão brasileira" de Rodrigo Garro. Em um ano marcado pelas lesões do atleta argentino, o Corinthians enfrentou uma lacuna significativa na posição de armador. Igor Coronado, frequentemente acionado para essa função, não obteve o desempenho esperado e, no meio do ano, rescindiu seu contrato com o clube paulista, ampliando o vácuo e abrindo espaço para Breno Bidon se consolidar como o substituto imediato de Garro .

Na ausência de um jogador mais experiente para a função, Bidon se tornou a aposta de Dorival. Com menor imposição física e poder de marcação reduzido para um volante, mas dotado de criatividade e uma notável capacidade de encontrar espaços, o jovem de 20 anos exibe semelhanças notáveis com Garro .

O Bidon tem uma característica semelhante, em alguns momentos, à função que o Garro executa. Cada um tem suas qualidades individuais, mas para mim é um jogador que tem muito mais o potencial de um meia do que propriamente de volante. Vejo como um jogador múltiplas funções em campo e que vem crescendo. Dorival Júnior, após Corinthians 1 x 2 Flamengo

Impacto Tático e Reconhecimento Especializado

As atuações convincentes de Bidon trouxeram um fim, ao menos por ora, aos improvisos na criação de jogadas, que chegaram a ter Memphis e Vitinho atuando na função. Hoje, Bidon atua com maior liberdade, conectando-se menos com a linha defensiva e muito mais com o setor ofensivo, dialogando com jogadores como Memphis, Yuri Alberto, Gui Negão, Romero ou Talles Magno.

Sem a necessidade de recompor a marcação com a mesma intensidade de antes, o camisa 27 dedica-se quase que integralmente ao ataque. Não é incomum vê-lo surgindo pelos lados do campo ou em posição livre para finalizar as jogadas, evidenciando sua nova e crucial responsabilidade.

Bidon sempre foi um bom segundo volante com pouco poder de marcação. Ele funciona como 10, meia de ligação, especialmente na ausência do Garro. Sem o Garro à disposição, a melhor opção e mais técnica do elenco é o Bidon. Não tem a mesma criatividade e experiência do Garro, mas tem muita capacidade de fazer o meio de campo pensar. PVC, colunista do UOL

O Futuro de Bidon: Mercado Europeu e Coexistência com Garro

Apesar do retorno de Garro estar previsto para a segunda quinzena de outubro, Bidon não necessariamente perderá sua posição no time titular, dada a formação atual adotada por Dorival Júnior. A possibilidade de coexistência entre os dois talentos na equipe corintiana é um cenário a ser observado.

Breno Bidon tem sido monitorado por clubes europeus há algum tempo. Seu destaque no Sul-Americano sub-20 já havia atraído a atenção, resultando em uma proposta de 15 milhões de euros (equivalente a R$ 89,4 milhões na época) de um clube inglês ao Corinthians , oferta que foi recusada. O meia continua a valorizar-se no mercado ao longo da temporada, com sondagens de diversas equipes europeias, incluindo Sporting, Benfica e Arsenal.

O Zenit, da Rússia, também acompanha de perto o desempenho de Bidon. O clube russo estuda a possibilidade de apresentar uma oferta pelo meio-campista na próxima janela de transferências, conforme apuração do colunista César Luis Merlo, do UOL. Bidon possui contrato com o Corinthians até o final de 2029, com uma multa rescisória estipulada em 100 milhões de euros (cerca de R$ 625 milhões) para clubes do exterior. O Corinthians detém 90% dos direitos econômicos do jogador.

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