Balancetes do Corinthians sem Aval do Conselho: Entenda a Polêmica

Em um desenvolvimento recente, o Conselho de Orientação e Fiscalização (CORI) do Sport Club Corinthians Paulista divulgou um comunicado expressando que os balancetes financeiros, referentes aos meses de janeiro e fevereiro, que foram tornados públicos pela administração do clube, não passaram por escrutínio ou avaliação por parte dos órgãos de supervisão interna.

De acordo com o documento, que foi obtido e confirmado, o presidente do CORI, Miguel Marques e Silva, comunicou que as demonstrações financeiras foram encaminhadas aos membros do conselho via correio eletrônico na quinta-feira, precisamente às 19h46 (horário de Brasília). A divulgação pública dos documentos ocorreu pouco tempo depois, por volta das 20h30.

Adicionalmente, o CORI enfatizou que os balancetes foram distribuídos sem o devido parecer do Conselho Fiscal ou da Auditoria interna. Os documentos em questão são assinados pelo contabilista Marco Túlio Garcia. Espera-se que Augusto Melo, o presidente do clube, aborde essa situação em uma declaração pública ainda nesta sexta-feira.

Superávit Aparente e Dívidas Pendentes

No balancete referente ao primeiro bimestre de 2024, divulgado recentemente, o clube reportou um superávit de R$ 12,1 milhões. Notavelmente, o departamento de futebol sozinho apresentou um resultado positivo de R$ 26,4 milhões durante os meses de janeiro e fevereiro.

Segundo informações detalhadas no documento divulgado pelo clube, o departamento de futebol conseguiu arrecadar R$ 157 milhões nos dois primeiros meses do ano. A maior parcela dessa receita provém da comercialização dos direitos de transmissão, totalizando R$ 78,6 milhões, seguida por patrocínios e publicidades, que contribuíram com R$ 35,8 milhões, e a arrecadação de jogos, que somou R$ 19,1 milhões.

Apesar do expressivo gasto de R$ 117 milhões pelo departamento de futebol, o resultado operacional foi positivo, registrando um superávit de R$ 26,5 milhões.

Desafios Financeiros Persistem

Em contraste, o clube social apresentou um déficit operacional de R$ 356 mil. Ao consolidar os dados do Parque São Jorge e do CT Joaquim Grava, observa-se que o pagamento de juros de dívidas, na ordem de R$ 14 milhões, impactou significativamente o resultado financeiro geral do clube.

Apesar do resultado positivo no início do ano, o Corinthians enfrenta um endividamento considerável. As contas de 2023 foram rejeitadas pelo Conselho Deliberativo, o que pode levar a um processo de impeachment contra o presidente Augusto Melo por alegações de gestão temerária.

Posicionamento do CORI

O CORI, através de seu comunicado, busca esclarecer que não houve tempo hábil para uma análise detalhada dos documentos financeiros antes de sua divulgação. Essa declaração levanta questões sobre a transparência e os processos de governança dentro do clube.

A situação financeira do Corinthians continua sendo um tema de grande interesse e preocupação para seus torcedores e observadores. A necessidade de uma gestão financeira prudente e transparente é crucial para garantir a estabilidade e o sucesso futuro do clube.

Em suma, a declaração do CORI adiciona uma camada de complexidade à já desafiadora situação financeira do Corinthians , destacando a importância de uma supervisão rigorosa e transparente das finanças do clube.