Atuações Corinthians vs Inter: Gui Negão Destaque, Cacá Falha Decisiva

O embate do Corinthians contra o Internacional no Beira-Rio, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, foi um palco de contrastes, onde a promessa de um triunfo fora de casa colidiu com um erro individual nos instantes finais. Se por um lado a juventude e o talento de Gui Negão emergiram como um ponto alto, a performance de Cacá, culminando em um deslize decisivo, deixou uma marca indelével no resultado. Esta análise aprofunda-se nas contribuições e equívocos dos atletas alvinegros, sob a ótica de um colunista que busca desvendar as nuances táticas e individuais.

Abaixo, apresentamos um panorama das avaliações dos jogadores do Corinthians:

A Desastrosa Conclusão de Cacá: O Preço de um Erro no Fim

A atuação de Cacá merece uma avaliação mais profunda, não apenas pela nota, mas pelo impacto de seu momento final. Sua performance vinha sendo consistente até o derradeiro minuto, quando um pênalti cometido por ele selou o empate para o Internacional. Um deslize que, de forma lamentável, comprometeu o esforço coletivo de toda a equipe. É um lembrete cruel de como um único instante pode ofuscar um bom trabalho prévio, evidenciando a necessidade de concentração máxima até o apito final.

No gol, Hugo Souza, em um dia que celebrou mais uma convocação para a seleção nacional, demonstrou segurança e precisão. Sua distribuição de bola foi um ponto forte, contribuindo para a organização defensiva. Gustavo Henrique, por sua vez, assumiu a braçadeira de capitão e exibiu liderança notável. Organizou a saída de bola e transmitiu confiança, mostrando-se um pilar na ausência de outros líderes.

Solidez Defensiva e a Liderança no Setor Recuado

Angileri, atuando de forma improvisada na zaga, entregou uma performance regular. Embora tenha apresentado algumas falhas técnicas pontuais, estas não chegaram a comprometer o panorama geral de sua participação. Matheuzinho, mais avançado no campo, operou quase como um ponta. Sua efetividade no setor ofensivo foi recompensada com a assistência para o gol de Gui Negão. Contudo, sua dedicação defensiva foi escassa, expondo Cacá em duelos individuais contra os atacantes do Internacional em diversas ocasiões.

No lado esquerdo, Hugo foi uma surpresa positiva. Atacou os espaços com inteligência, tabelou com Breno Bidon e, com boa movimentação, abriu caminho para seus companheiros. Inclusive, chegou a balançar as redes em uma bela jogada individual, mas o lance foi anulado pelo VAR devido a um impedimento no início da construção. Já Matheus Bidu, apesar de trazer energia ao campo, pecou na execução, errando passes simples no ataque e sendo desarmado com facilidade. Uma repreensão de Dorival Júnior foi, portanto, justificada.

O Motor do Meio-Campo: Destaques e Ausências de Impacto

O meio-campo corintiano teve em Raniele um verdadeiro motor. Incansável, ele desarmou, marcou, auxiliou na saída de bola e pressionou os adversários. Embora não tenha tido grande destaque com a posse, sua função tática foi essencial para o equilíbrio da equipe no Beira-Rio. José Martínez manteve a intensidade na marcação, entregando uma boa atuação, enquanto Ryan, apesar de um nervosismo inicial, desempenhou seu papel básico com competência.

Breno Bidon , por sua vez, comandou o setor central com inteligência e elegância. Ditou o ritmo do jogo, encontrou passes em profundidade e soube proteger a bola dos marcadores. Em uma fase excelente, mais uma vez demonstrou seu valor com a camisa alvinegra. Em contraste, Maycon teve pouca participação, justificando sua avaliação mais baixa, e André, embora taticamente correto, não conseguiu entregar o esperado em termos técnicos.

Poder Ofensivo e o Brilho da Joia: Gui Negão em Evidência

No ataque, Vitinho exibiu inteligência tática ao puxar a marcação para as laterais, criando espaços para Gui Negão infiltrar. No entanto, sua performance caiu no segundo tempo, com excesso de passes para trás que frearam potenciais investidas ofensivas. O grande destaque, sem dúvida, foi Gui Negão. Com um instinto de goleador inegável, o jovem atacante assumiu a dianteira na ausência de nomes como Garro, Memphis e Yuri Alberto. Ele não apenas correspondeu às expectativas, mas as superou ao balançar as redes com um cabeceio de exímia técnica, que deslocou o arqueiro adversário. Além da precisão na finalização, seu empenho era visível, buscando a bola constantemente, realizando o pivô e contribuindo ativamente para a articulação das jogadas ofensivas.

Ángel Romero, mesmo com pouco tempo em campo, entregou uma contribuição significativa. Desarmou volantes, segurou a bola no ataque e impediu que o adversário exercesse maior pressão sobre a defesa corintiana. Sua entrada trouxe um alívio tático importante para os minutos finais.

A Estratégia de Dorival Júnior: Um Plano Quase Perfeito

Dorival Júnior concebeu uma estratégia perspicaz para o confronto no Beira-Rio, garantindo um resultado positivo fora de casa, mesmo diante de um elenco com titulares poupados e uma extensa lista de desfalques. O esquema tático com três zagueiros, aliado à orientação de uma marcação-pressão na saída de bola adversária, funcionou de maneira eficaz, conferindo superioridade ao Corinthians em grande parte do jogo. Contudo, na etapa complementar, as alterações realizadas tornaram a equipe ligeiramente mais vulnerável e menos incisiva ofensivamente. O empate, contudo, foi atribuído de forma singular à infração cometida por Cacá nos últimos segundos da partida, um momento que redefiniu o desfecho de uma partida estrategicamente bem planejada.