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Atuações Corinthians: Jovens Decepcionam, Veteranos Lideram Empate Heroico
Por Redação FuTimão em 26/07/2025 20:43
A recente partida do Corinthians no Rio de Janeiro, que culminou em um empate, expôs de forma contundente as fragilidades e as forças do elenco alvinegro. A opção inicial da comissão técnica por uma formação com diversos atletas oriundos da base, ou pouco utilizados, resultou em um primeiro tempo de desempenho preocupante, onde a equipe não conseguiu se impor e foi amplamente dominada pelo adversário carioca. O cenário, que parecia encaminhar-se para uma derrota inevitável, só foi alterado com a intervenção cirúrgica de jogadores mais experientes na segunda etapa, demonstrando a importância do elenco principal para reverter situações adversas.
A aposta nos jovens talentos, embora louvável em teoria, se mostrou arriscada na prática. A falta de entrosamento e a evidente apreensão em campo comprometeram o esquema tático e a capacidade de reação do time. Foi um período de intensa dificuldade, onde cada erro técnico ou de posicionamento parecia custar caro, evidenciando a distância entre a promessa e a realidade em um confronto de alto nível.
O Desempenho Aquém da Expectativa dos Jovens
Entre os jogadores que iniciaram a partida, alguns nomes da base e reservas tiveram atuações que deixaram a desejar. Léo Maná, na lateral, demonstrou grande apreensão, com repetidos erros de posicionamento e falhas na marcação, além de dominar mal a bola em diversas ocasiões, sendo facilmente superado pelos atacantes adversários. Sua exposição tática foi notória, sem o auxílio adequado dos companheiros, resultando em sua substituição no intervalo. João Pedro Tchoca, na zaga, também se mostrou desorientado na marcação e inseguro na saída de bola, entregando a posse em duas oportunidades cruciais no primeiro tempo e contribuindo para a falha de comunicação no lance do gol do time carioca, apesar de uma leve melhora no segundo tempo.
No meio-campo, Charles e Bahia apresentaram um desempenho ainda mais crítico. Charles não conseguiu contribuir defensiva ou ofensivamente, tampouco oferecer opções de passe, deixando Léo Maná desprotegido e sendo, por isso, substituído ao final do primeiro tempo. Bahia, por sua vez, teve uma atuação desastrosa, sendo completamente anulado pela marcação adversária e demonstrando falta de personalidade para buscar a bola e organizar a equipe. Sua única participação relevante foi um erro em uma chance clara de gol. No ataque, Talles Magno teve mais um jogo abaixo do esperado, atuando de forma recuada no primeiro tempo quase como um defensor e, após as mudanças, limitando-se a um papel coadjuvante sem criar oportunidades. Ángel Romero, embora sua irrelevância tenha sido mais tática do que técnica, ficou isolado na frente, sem contato com a bola, e foi sacado no intervalo.
Mesmo o goleiro Hugo Souza, que realizou boas defesas na etapa inicial, teve sua atuação manchada por uma falha de comunicação com Léo Maná e João Pedro Tchoca no lance do gol do Botafogo, o que comprometeu a solidez defensiva.
A Virada Liderada pela Experiência
A segunda etapa trouxe uma equipe completamente diferente, impulsionada pelas entradas de jogadores de maior rodagem e qualidade técnica. Matheuzinho, ao assumir a lateral direita, rapidamente corrigiu a marcação no setor e impulsionou o time ao ataque, justificando sua titularidade na posição. Breno Bidon foi fundamental para ajustar o meio-campo, distribuindo a bola com inteligência e conferindo um novo ritmo ao Corinthians, embora tenha desperdiçado uma boa chance de gol.
Carrillo, peça-chave na articulação, demonstrou sua importância já no primeiro tempo, descendo à linha de zaga para organizar a saída de bola quando a equipe não se encontrava. Na etapa final, com o time mais ajustado, o peruano foi essencial na criação de jogadas pela direita. Matheus Bidu, que vive um bom momento, entrou e deu profundidade pelo lado esquerdo, contribuindo decisivamente para a busca do empate que parecia improvável. Raniele, após um primeiro tempo aquém, com o meio-campo desprotegido, melhorou drasticamente na etapa final, impondo-se fisicamente e aparecendo na frente para auxiliar na criação.
No setor ofensivo, a entrada de Yuri Alberto foi um divisor de águas. Ele foi, sem dúvida, o melhor em campo pelo lado corintiano, transformando o jogo apenas com seu esforço físico na pressão e na dificuldade imposta à saída de bola adversária. Apesar de ter desperdiçado uma oportunidade clara, sua movimentação e posicionamento criaram diversas situações de finalização. Memphis Depay, embora tenha demonstrado lentidão nas tomadas de decisão em alguns momentos, foi o responsável pelo gol que garantiu o empate do Timão no final da partida, um momento de redenção pessoal e coletiva.
Atuações Individuais: Notas e Observações
Abaixo, detalhamos as notas atribuídas aos jogadores e ao técnico, com as observações que justificam suas avaliações:
Jogador/Técnico | Posição | Nota GE | Nota Público | Observação |
---|---|---|---|---|
Hugo Souza | GOL | 5.5 | 5.5 | Fez pelo menos duas boas defesas no primeiro tempo. No lance do gol do Botafogo falhou na comunicação com Léo Maná e João Pedro Tchoca. |
Léo Maná | LAT | 3.5 | 3.5 | Assustado em campo. Errou posicionamento, falhou na marcação, dominou mal a bola em seguidos lances e foi facilmente vencido pelos atacantes do Botafogo. Apesar de tudo isso, ficou exposto do ponto de vista tático ao não receber ajuda de seus companheiros na marcação. Foi tirado no intervalo. |
Matheuzinho | LAT | 6.5 | 6.5 | Demonstrou porque é o dono da posição na lateral direita. Entrou no segundo tempo, corrigiu a marcação no setor e ainda levou o Corinthians ao ataque. |
João Pedro | ZAG | 4.5 | 4.5 | Perdido na marcação e assustado na saída de bola. Entregou a posse em duas oportunidades para os atacantes do Botafogo apenas no primeiro tempo por erros técnicos e também falhou na comunicação no lance que originou o gol do time carioca. No segundo tempo, melhorou. |
Cacá | ZAG | 6.0 | 6.0 | O mais lúcido do sistema defensivo do Corinthians. Combateu muito fisicamente e, quando foi necessário, afastou o perigo com os chutões para o alto. |
Angileri | LAT | 6.0 | 6.0 | Ao contrário da maioria do elenco, o argentino fez uma partida regular. Colocou a bola no chão, fez um jogo de segurança e, quando teve oportunidade, apareceu no ataque buscando os atacantes dentro da área. |
Charles | MEI | 3.5 | 3.5 | Não defendeu, não atacou e não deu opção de passe na saída de bola. Deixou o garoto Léo Maná exposto diante dos atacantes do Botafogo e, não à toa, foi sacado no intervalo. |
Memphis Depay | ATA | 6.0 | 6.0 | Muito lento nas tomadas de decisão. Aos 18' do 2º tempo, ficou com o rebote de uma bola dividida entre Yuri Alberto e John e, mesmo com várias opções para o chute, acabou mandando nas mãos do goleiro do Botafogo. No fim, mesmo não tendo feito um jogo fantástico, marcou o gol que deu o empate ao Timão. |
Raniele | MEI | 5.5 | 5.5 | Fez um primeiro tempo horrível, tendo deixado o meio de campo desprotegido. Na etapa final, melhorou muito, se impôs fisicamente e ainda apareceu na frente para auxiliar na criação das jogadas. |
Bahia | MEI | 3.5 | 3.5 | Desempenho desastroso do garoto do Corinthians. Foi anulado pela marcação do Botafogo e não teve personalidade para buscar a bola e tentar organizar a equipe no meio de campo. Em sua única participação relevante na partida, perdeu uma oportunidade clara de gol. |
Breno Bidon | MEI | 6.5 | 6.5 | Ajustou o meio de campo, girando a bola com inteligência e fazendo com que o Corinthians tivesse ritmo no segundo tempo. Teve uma boa chance de marcar o gol, mas mandou para fora, rente à trave. |
Carrillo | MEI | 6.5 | 6.5 | No primeiro tempo, quando o Corinthians não acertava praticamente nada em campo, o peruano saiu de sua posição e foi até a linha de zaga para fazer a saída de bola organizada. Na etapa final, com a equipe com outro ritmo, o meio-campista foi peça importante na criação das jogadas pela direita. |
Talles Magno | ATA | 4.0 | 4.0 | Mais um jogo abaixo do esperado do atacante do Corinthians. Ficou muito recuado no primeiro tempo e, na prática, jogou como um defensor. Na etapa final, com Memphis Depay e Yuri Alberto em campo, se limitou a ser um coadjuvante e não criou absolutamente nada para a equipe. |
Matheus Bidu | LAT | 6.5 | 6.5 | Vive bom momento com a camisa do Corinthians. Entrou, deu profundidade pelo esquerdo e ajudou a equipe a buscar o empate que parecia improvável. |
Ángel Romero | ATA | 4.0 | 4.0 | Sua presença em campo foi irrelevante, porém motivada muito mais pela questão tática do que necessariamente técnica. Ficou sozinho na frente, correndo atrás dos jogadores do Botafogo e não tocou na bola. Foi sacado no intervalo. |
Yuri Alberto | ATA | 7.0 | 7.0 | Disparado, o melhor em campo pelo lado do Corinthians. Deu outra cara ao jogo apenas com seu esforço físico de pressionar e atrapalhar a saída de bola do Botafogo. Embora tenha desperdiçado uma chance clara, criou situações de finalização apenas com seu posicioamento. |
Dorival Júnior | TEC | 4.0 | 4.0 | Optou por mandar a campo o time reserva e passou vergonha no Rio de Janeiro. No primeiro tempo, o Corinthians não viu a cor da bola, foi dominado pelo Botafogo e escancarou problemas graves de sua formação de elenco. Na etapa final, o técnico precisou mudar completamente o planejamento, colocou os titulares e foi recompensado com o empate. |
A lição do confronto é clara: a aposta na base e nos reservas deve ser feita com cautela e, talvez, em contextos de menor pressão. A dependência dos jogadores titulares para reverter um cenário desfavorável sublinha a necessidade de um elenco mais equilibrado e com mais opções de qualidade para enfrentar os desafios da temporada.
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