Andrés Sanchez e o Cartão do Corinthians: Detalhes do Reembolso e a Investigação do MP

O ex-presidente do Sport Club Corinthians Paulista, Andrés Sanchez, compareceu perante o Ministério Público nesta quinta-feira para prestar esclarecimentos. Durante seu depoimento, ele reconheceu ter efetuado despesas de caráter pessoal utilizando o cartão de crédito institucional do clube durante seu último período à frente da gestão, entre os anos de 2018 e 2020.

Entre os usos admitidos, destacam-se viagens para destinos como Tibau do Sul e Fernando de Noronha. Contudo, o antigo mandatário assegurou que já providenciou a devolução de R$ 15 mil aos cofres alvinegros. Adicionalmente, em comunicação com a imprensa, Sanchez indicou que ainda há um montante a ser ressarcido, referente à atualização monetária do valor empregado. A concretização deste último reembolso, conforme sua alegação, aguarda a definição, por parte do Corinthians , do índice de correção a ser aplicado no cálculo.

No que concerne a uma aquisição em uma joalheria, datada de 2020, Andrés Sanchez justificou o gasto como um presente destinado a um indivíduo em um compromisso formal em nome da instituição corintiana.

Uso de Cartão: Alegações e O Contraponto do Reembolso

O procedimento de oitiva, realizado por meio de videochamada, foi notavelmente breve, estendendo-se por menos de trinta minutos. Segundo o advogado de defesa de Sanchez, Fernando José da Costa, a vasta maioria das transações realizadas com o cartão do clube enquadra-se em compromissos inerentes à atividade corintiana, abrangendo despesas em estabelecimentos como restaurantes, supermercados e lojas de conveniência. As únicas exceções reconhecidas, de acordo com a defesa, seriam as já mencionadas viagens.

Paralelamente, o promotor Cássio Roberto Conserino, há dois meses, conduz uma minuciosa apuração sobre apropriação indébita e outras potenciais infrações penais relacionadas ao uso de cartões do Corinthians . Este inquérito, de abrangência considerável, não se restringe apenas à gestão de Andrés Sanchez, mas se estende aos períodos em que o clube esteve sob a presidência de Duilio Monteiro Alves e, posteriormente, de Augusto Melo, cobrindo o intervalo de 2021 até maio de 2025.

A investigação em curso levanta questionamentos ainda mais sérios, incluindo a suspeita de envolvimento com companhias de fachada e a possível infiltração de organizações criminosas nas operações do clube, adicionando uma camada de complexidade e gravidade ao cenário.

A Abrangência da Investigação do Ministério Público sobre Cartões do Clube

Em um desdobramento recente, há cerca de quinze dias, a equipe jurídica de Andrés Sanchez solicitou o encerramento das investigações, argumentando que os eventos vinculados ao uso do cartão do Corinthians não configuram ilícito penal. A defesa também sustentou que não existia um regulamento formal para a utilização do recurso no âmbito do clube. Entretanto, o Ministério Público contestou veementemente essas alegações e indeferiu o pedido de arquivamento.

Não apenas a esfera judicial, mas também instâncias internas do Corinthians estão ativamente envolvidas na elucidação dos fatos. Comissões do Conselho Deliberativo do Timão procedem com suas próprias averiguações sobre a conduta de Andrés Sanchez.

Apesar de não deter um cargo na diretoria executiva atual, Andrés Sanchez mantém uma posição de influência como conselheiro vitalício e membro nato do Conselho de Orientação do clube. Essa relevância foi evidenciada na semana anterior, quando participou de um encontro com a Caixa Econômica Federal, acompanhado do presidente corintiano Osmar Stabile, para discutir a renegociação do financiamento da Neo Química Arena, demonstrando sua persistente atuação nos assuntos estratégicos do Corinthians .

Desdobramentos Legais e a Atuação de Andrés Sanchez no Corinthians