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Análise Tática Corinthians: O que Dorival Júnior Mudou?
Por Redação FuTimão em 14/05/2025 07:11
Desde que Dorival Júnior assumiu o comando técnico do Corinthians, há cerca de três semanas, a equipe demonstra ser um projeto em andamento, exibindo um desempenho ofensivo promissor, mas ainda carente de solidez defensiva.
Em quatro jogos sob sua liderança, o time conquistou duas vitórias, um empate e sofreu uma derrota. Este desempenho sinaliza um começo encorajador, embora distante da estabilidade almejada pela diretoria ao optar pela mudança de treinador. Contudo, este cenário está dentro do esperado, considerando o estágio inicial do trabalho.
Ajustes Ofensivos e a Construção de Jogo Desde a Defesa
Mesmo em um curto período, Dorival já implementou alterações significativas na dinâmica da equipe. Diante da ausência de Garro e da dificuldade em encontrar um substituto à altura, o treinador optou por modificar o esquema tático. Abandonando o 4-3-1-2 de Ramón Díaz, adotou o 4-4-2, similar ao utilizado na Seleção Brasileira, com Yuri Alberto e Memphis Depay formando a dupla de ataque.
Duas mudanças notáveis introduzidas por Dorival se manifestam quando o Corinthians detém a posse de bola: o novo posicionamento do lateral Matheus e a importância dada a Breno Bidon. Matheus passou a atuar de maneira mais recuada, compondo uma linha de três na saída de bola com os zagueiros. Isso aprimorou a qualidade da construção desde a defesa e diminuiu a dependência das investidas de Carillo ou do recuo de um meia para iniciar o jogo, como era frequente sob o comando de Ramón Díaz.
Breno Bidon , antes considerado um meia central, agora é escalado aberto pelo lado esquerdo. No entanto, quando a equipe tem a posse da bola, ele se comporta como um "regista", orquestrando as jogadas a partir de trás e permitindo que alas e atacantes se posicionem mais próximos da área adversária.
Dorival sempre foi um treinador conhecido pelo potencial ofensivo de seus times. Defesas fortes nunca foram o principal destaque do seu trabalho. Sua característica está na organização do ataque, na movimentação entre linhas e no uso inteligente de meias e pontas para formar times que toquem a bola.

Deficiências Defensivas e o Posicionamento dos Volantes
A defesa continua sendo o principal ponto de atenção. O Corinthians sofreu dois ou mais gols em três dos quatro jogos sob comando de Dorival. A derrota por 2 a 1 para o Mirassol, na última rodada do Brasileirão, escancarou novamente os problemas do sistema defensivo, além de um pênalti perdido por Memphis Depay que poderia ter mudado a história da partida.
As dificuldades se originam no posicionamento dos dois volantes. Devido a problemas físicos, a escalação da dupla não foi constante, mas Raniele e Maycon foram os mais frequentes e demonstram ser a preferência do treinador. No primeiro gol sofrido contra o Mirassol, a equipe adversária chega com quatro jogadores na área. A defesa se posiciona para marcar individualmente, com Cacá saindo para interceptar o ponta e Matheus oferecendo cobertura. No entanto, os volantes não seguem essa orientação e acabam expondo a defesa, sem fornecer a proteção necessária.
No segundo gol, o Corinthians é surpreendido por um lançamento longo, e o Mirassol novamente ataca com qualidade: quatro jogadores contra quatro defensores do Timão. A dupla de volantes permanece muito distante, completamente desvinculada da zaga, permitindo o desenvolvimento da jogada.
Prioridades para o Futuro
É evidente que o Corinthians demonstra lampejos do estilo de jogo característico de Dorival Júnior. No entanto, aprimorar o sistema defensivo será crucial para evitar que um ano já considerado turbulento se torne ainda mais desafiador. A solidez na retaguarda é fundamental para que o potencial ofensivo da equipe possa se traduzir em resultados consistentes e para que o trabalho de Dorival Júnior possa render os frutos esperados.
Dá para ver um pouco disso no Corinthians . Mas melhorar o sistema defensivo será uma prioridade para um ano turbulento (e também vencedor) não se tornar ainda mais movimentado.
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