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Análise Tática Corinthians 2x1 Sport: Memphis Decisivo e Erros do Leão no Brasileirão
Por Redação FuTimão em 19/04/2025 18:13
O placar final de 2 a 1 a favor do Corinthians, aparentemente modesto, escondeu uma partida repleta de nuances e reviravancess, onde a eficiência decisiva superou a instabilidade apresentada em diversos momentos. O time paulista, mesmo enfrentando altos e baixos ao longo dos noventa minutos, encontrou no brilho individual a capacidade de garantir um resultado positivo. Do outro lado, o Sport lamentou as falhas defensivas cruciais e a incapacidade de sustentar o bom momento construído na primeira etapa.
As Fragilidades Defensivas do Sport
A equipe pernambucana demonstrou vulnerabilidades claras desde os momentos iniciais do confronto. Uma análise atenta revela que o Sport cometeu uma série de equívocos em seu próprio campo defensivo, especialmente próximo à linha central. Tais falhas na saída de bola e na organização posicional se transformaram em convites diretos para o volume ofensivo corintiano, que se aproveitou dos erros para criar um intenso fluxo de oportunidades nos primeiros trinta minutos.
A falta de pressão adequada sobre o portador da bola adversária, combinada com uma linha defensiva excessivamente adiantada, expôs metros preciosos às suas costas. Essa combinação tática questionável foi prontamente explorada pelos atacantes do Corinthians, que conseguiram encontrar espaços para infiltrações e construções rápidas. Jogadores como João Silva e Barletta, em lances distintos, cometeram passes arriscados que poderiam ter resultado em gols para o oponente, não fosse a falta de precisão.
Corinthians: Intensidade sem Eficiência Inicial
Apesar de se deparar com um cenário propício, o ataque corintiano exibiu uma notável falta de pontaria na fase inicial da partida. O volume ofensivo foi intenso, com nove finalizações e três chances consideradas claras nos trinta minutos iniciais. Contudo, a bola insistia em não entrar. Yuri Alberto teve pelo menos três oportunidades para abrir o marcador, mas não as converteu. Romero viu uma finalização parar na trave, e Memphis Depay também desperdiçou uma chance promissora dentro da área.
A defesa do Sport, apesar dos erros individuais, contou com intervenções importantes para evitar um prejuízo maior. Caíque França realizou uma boa defesa em um dos lances de perigo, enquanto Lucas Cunha, em dois momentos distintos, conseguiu cortar finalizações que pareciam ter endereço certo a poucos metros da linha fatal. A incapacidade de "matar" o jogo quando teve o controle total se mostraria um fator de risco para o Corinthians .
A Reação do Leão e o Gol de Abertura
Contrariando a tendência inicial, o Sport conseguiu se reorganizar e, gradualmente, aumentar seu índice de acerto nas ações com a bola. A intensidade na abordagem defensiva do Corinthians diminuiu, permitindo que o time visitante permanecesse mais tempo com a posse. Jogadores como Rivera foram importantes para reestruturar a transição ofensiva, enquanto Du Queiroz, que já se destacava, ganhou ainda mais influência no campo de ataque.
O Sport passou a acionar seus pontas, Carlos Alberto e Barletta, em condições mais favoráveis, explorando as trocas de lado realizadas por eles. Carlos Alberto , inclusive, chegou a acertar a trave do goleiro Donelli, sinalizando a melhora do Leão. Apesar de o Corinthians ainda assustar na reta final da primeira etapa, em uma cabeçada de Gustavo Henrique, a dinâmica do jogo já havia mudado. E o Sport demonstrou maior precisão quando teve sua chance. Sérgio Oliveira, que já havia testado Donelli com um chute de longe, não perdoou na segunda oportunidade, completando um cruzamento de Hereda após boa trama com Du Queiroz pela direita. O lance evidenciou a passividade defensiva corintiana, com Breno Bidon e Angileri permissivos e o centro da área desprotegido.
Memphis Decisivo e a Virada Corinthiana
No retorno para a etapa final, o Corinthians mostrou imediatamente que havia deixado a falta de precisão para trás. Em questão de segundos após o reinício, uma ligação direta bem executada pelo trio de ataque resultou no gol de empate. Yuri Alberto escorou com inteligência, Romero cruzou na medida, e Memphis dominou com calma para finalizar, aproveitando mais um erro de posicionamento do zagueiro João Silva.
Apesar de não repetir o volume ofensivo avassalador dos trinta minutos iniciais, o Corinthians retomou o controle das ações, explorando novamente os espaços deixados nas costas da última linha do Sport, que continuava oscilando na intensidade da pressão. Foi dessa forma que Carrillo serviu Yuri Alberto na área, em lance que o atacante finalizou para fora após driblar a marcação.
Pouco depois, Memphis Depay apareceu novamente de forma determinante para selar a virada. Em uma nova subida de bloco defensivo do Timão, a bola foi recuperada pelo lado direito do campo. O atacante holandês, em boa sintonia com Léo Maná, tabelou com o lateral e recebeu de volta para finalizar com precisão, garantindo o segundo gol corintiano e a virada no marcador.
Notas Táticas e Escalações Iniciais
Sob o comando interino de Orlando Ribeiro, o Corinthians manteve a base tática utilizada na partida anterior, com uma formação que se alternava entre o 4-3-3 com a posse e um 4-4-2 no momento defensivo. A única alteração forçada foi a entrada de Léo Maná na lateral direita no lugar do suspenso Matheuzinho. Bidon se deslocava para auxiliar Matheus Bidu pela esquerda, enquanto Memphis atuava à frente das duas linhas de quatro, ao lado de Yuri Alberto . Raniele e Carrillo se destacaram pela agressividade nos passes e infiltrações, enquanto Memphis circulou bem a partir do lado esquerdo, estabelecendo boa comunicação com Yuri e Romero .
Do lado do Sport, o técnico Pepa precisou improvisar mais uma vez o zagueiro Chico na lateral esquerda devido à ausência de opções na posição. Lucas Cunha ganhou uma nova oportunidade na zaga. Sergio Oliveira retornou ao time titular. Lucas Lima, surpreendentemente, começou a partida no banco de reservas, dando lugar a Carlos Alberto . Gonçalo Paciência também ficou à disposição, mas iniciou como suplente. Arthur Sousa foi o centroavante escolhido para começar o jogo.
Dinâmica Final e Pressão do Sport
As substituições realizadas pelos treinadores influenciaram a dinâmica final do confronto. Pepa promoveu as entradas de Lucas Lima e Gonçalo Paciência antes dos dez minutos do segundo tempo, buscando maior poder de criação e presença na área. Posteriormente, Ortiz, Lenny Lobato e Zé Lucas foram acionados. Orlando Ribeiro, por sua vez, renovou o fôlego do meio-campo com Alex Santana e Maycon, substituindo Carrillo e Bidon.
Apesar de Yuri Alberto quase marcar o terceiro em finalização de fora da área, o Sport cresceu na partida após as mexidas. Lenny Lobato e Gonçalo Paciência elevaram o nível da equipe, que adiantou sua marcação e conseguiu rodar a bola no campo ofensivo. O Corinthians , com as substituições no meio-campo, perdeu parte do controle, recorrendo a ligações diretas e sofrendo pressão dos visitantes. O jovem meia Dieguinho, de apenas 17 anos, fez sua estreia profissional substituindo Romero , e Ryan entrou na vaga de Raniele .
Apesar do volume maior do Sport na reta final, o time pernambucano não conseguiu converter a pressão em gol. A incapacidade de arrancar o empate manteve a situação delicada para o técnico Pepa, marcando a sexta derrota do Leão nos últimos sete jogos. Ao final, o Corinthians garantiu a vitória em um jogo que expôs tanto seus momentos de brilho quanto suas oscilações, consolidando sua posição na tabela em uma tarde onde a eficiência de Memphis Depay foi o fator determinante.
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