Análise Pós-Jogo: Félix Torres e André Ramalho Pioram o Corinthians no Clássico

A recente jornada do Corinthians em campo trouxe à tona uma série de questões preocupantes, culminando em um resultado desfavorável no clássico contra o São Paulo. O placar adverso não reflete apenas a superioridade do adversário, mas expõe fragilidades individuais e coletivas que merecem uma análise aprofundada. Neste cenário, algumas atuações se destacaram negativamente, acendendo um alerta sobre a necessidade de ajustes urgentes.

O desempenho abaixo do esperado de jogadores cruciais no sistema defensivo foi um dos pilares da derrota. A falta de sincronia e os erros de posicionamento contribuíram diretamente para os gols sofridos, evidenciando uma vulnerabilidade que precisa ser corrigida com celeridade. A seguir, detalharemos as avaliações dos atletas, conforme as notas atribuídas e as observações de campo.

A Fragilidade Defensiva e os Destaques Negativos

A retaguarda corintiana mostrou-se particularmente permeável, e dois nomes emergiram como os principais responsáveis pelos infortúnios. A improvisação e a falta de leitura de jogo foram determinantes para que a equipe fosse vazada em momentos cruciais da partida. A dificuldade em conter o avanço adversário e a ausência de solidez foram notórias, especialmente pelos flancos e na marcação da linha de impedimento.

Félix Torres, atuando de forma improvisada na lateral direita, teve um desempenho insatisfatório. Sua posição foi inadequada no primeiro gol e ele carregou a maior responsabilidade no segundo, ao falhar em um corte de cabeça. No avanço ao ataque, demonstrou completa inaptidão para a função, sendo substituído no intervalo da partida. André Ramalho, por sua vez, apresentou um início promissor com desarmes e interceptações, mas sua atuação declinou nos momentos cruciais dos dois gols adversários. No primeiro, encontrava-se vulnerável e indeciso em sua movimentação; no segundo, optou por desviar o corpo de uma bola passível de corte, possivelmente para evitar um gol contra. Enfrentou notáveis problemas na construção de jogadas sob pressão.

Hugo Souza, no lance que resultou no primeiro gol do São Paulo, o goleiro cometeu um erro na saída de bola, entregando-a ao oponente sem sofrer pressão. Nos dois gols de Luciano que selaram a derrota, sua ação foi ineficaz. Cacá mostrou-se mal posicionado em diversos momentos, seja avançando mais do que o necessário, seja quebrando a linha de impedimento. Também cometeu equívocos na saída de bola. Léo Maná, um lateral de ofício, concedeu maior segurança ao setor, contudo, sua contribuição ofensiva foi mínima.

A Tabela de Atuações: Números e Observações

Abaixo, apresentamos a avaliação detalhada de cada jogador que esteve em campo, com as notas atribuídas pela imprensa especializada e pelo público, acompanhadas de um breve comentário sobre o desempenho individual.

Meio-Campo e Ataque: A Busca por Conexão e Efetividade

O setor de meio-campo e ataque do Corinthians também apresentou dificuldades significativas. A ausência de criatividade e a ineficácia nas finalizações foram evidentes, resultando em poucas chances claras de gol. A sobrecarga na marcação e a falta de apoio aos homens de frente contribuíram para um desempenho ofensivo apático, que não conseguiu impor perigo real ao adversário.

José Martínez, sobrecarregado na marcação, correu muito para fechar espaços, mas frequentemente chegava atrasado. Acertou 14 de 20 passes, perdeu a posse de bola sete vezes e foi sacado no intervalo. Breno Bidon perdeu a disputa aérea no início da jogada do primeiro gol do São Paulo. Faltou marcar mais de perto em alguns momentos e pouco contribuiu na criação. Carrillo teve uma atuação bem aquém de seu potencial. Pouco intenso sem a bola, demorou a reagir no lance do primeiro gol do São Paulo e foi bastante discreto na fase ofensiva, sendo substituído aos 21 da etapa final.

No ataque, Talles Magno foi praticamente imperceptível nos quase 30 minutos em campo, só aparecendo nos acréscimos. Ángel Romero teve a principal chance do Corinthians no primeiro tempo, mas não conseguiu superar o goleiro Rafael, e, apesar de pouco eficiente, permaneceu em campo até o fim. Memphis Depay participou das raras oportunidades de ataque do Corinthians no primeiro tempo, mas foi substituído no intervalo sem ter finalizado nenhuma vez, chegando ao seu 10º clássico sem ter feito gol. Gui Negão, que entrou com o time em desvantagem, mostrou muita luta, mas produziu pouco e não conseguiu finalizar nenhuma vez.

O Veredito do Banco: A Estratégia Falha de Dorival Júnior

A performance do técnico Dorival Júnior foi amplamente criticada. A estratégia para o confronto mostrou-se ineficaz, evidenciando a dificuldade da equipe em aplicar pressão na saída de bola do São Paulo e a concessão de vastos espaços entre as linhas defensivas. Após uma etapa inicial desfavorável, o treinador realizou três substituições, contudo, sem alterar a estrutura tática da equipe.

Mesmo com opções limitadas no banco de reservas, a decisão de retirar Memphis no intervalo foi questionada, visto que o atacante holandês, assim como Matheus Bidu, não estava em uma jornada particularmente ruim. A equipe sob seu comando parece estagnada em seu desenvolvimento, levantando dúvidas sobre a capacidade de evolução tática e de resposta em momentos de adversidade. As substituições, incluindo Angileri e Raniele, não conseguiram mudar o rumo da partida, com Raniele , inclusive, recebendo um cartão amarelo que o suspenderá na próxima rodada.

A atuação geral do Corinthians no clássico foi um reflexo de problemas táticos e individuais que exigem atenção imediata. A ineficácia ofensiva, a vulnerabilidade defensiva e as decisões questionáveis do comando técnico apontam para um cenário que demanda profunda reflexão e ajustes para as próximas rodadas do Campeonato Brasileiro.