Abel Ferreira e Palmeiras: O Trauma Corinthians Que Não Cicatriza

A persistente sombra das vitórias corintianas sobre o Palmeiras continua a pairar sobre o ambiente alviverde, especialmente no que tange ao técnico Abel Ferreira. Essa é a leitura do renomado comentarista Juca Kfouri, que, em sua participação no programa Posse de Bola, do Canal UOL, sublinhou o profundo impacto das eliminações sofridas pelo rival.

Kfouri expressa seu espanto com a longevidade dessa memória, sugerindo, com uma pitada de ironia, que o Corinthians deveria "tirar um pouco o pé" nos próximos confrontos. "Na próxima vez que acontecer um Dérbi, eu vou ligar lá no Parque São Jorge e vou pedir para o pessoal tirar um pouco o pé, porque não é possível que ainda se fale das derrotas do Palmeiras pro Corinthians na Copa do Brasil e no Paulistinha."

O comentarista reitera sua perplexidade: "Aí eu entendo o Abel, não consigo entender como é que até hoje se fala disso. Eu fico impressionado como não há um Posse de Bola que não haja referência a esses jogos. Eu acho que é uma questão menos do Abel e mais de psiquiatra, tem que levar lá para a Academia, porque realmente que coisa louca isso, não se esquece do Corinthians ." A análise de Kfouri aponta para uma questão que transcende o treinador, atingindo a própria instituição palmeirense.

A Persistência da Memória Alvinegra no Dérbi

Contudo, a visão do também comentarista Arnaldo Ribeiro diverge em parte. Para ele, a manutenção dessa rivalidade acesa e a constante lembrança dos embates com o Corinthians partem do próprio Abel Ferreira. Ribeiro argumenta que o técnico português reaviva o tema ao revisitar publicamente um dos episódios mais delicados de sua trajetória no Allianz Parque, quando foi alvo de fortes protestos da torcida.

Em uma de suas recentes coletivas de imprensa, após a expressiva vitória sobre o Juventude durante a Data Fifa, Abel Ferreira novamente trouxe à tona sua mágoa em relação à principal torcida organizada do Palmeiras, indiretamente conectando-a a esses momentos de baixa.

Abel Ferreira: O Catalisador da Rivalidade Eterna?

Ribeiro é enfático ao atribuir a Abel o papel central na perpetuação dessa narrativa. "Essa questão de reavivar o Corinthians , a cada entrevista, é do Abel. Não é nem o Juca com o Danilo, nem eu com o Mauro, nem o Trajano. É o Abel. O Abel que fortalece. O Abel dá mais ênfase ainda." A cada declaração, o técnico, segundo Arnaldo, não apenas mantém viva a memória, mas a intensifica, transformando o Corinthians em um ponto de referência constante em seu discurso.