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A Transformação Defensiva do Corinthians Sob Dorival: Números Impressionam e Ataque Preocupa
Por Redação FuTimão em 01/08/2025 04:16
A recente vitória por um a zero sobre o Palmeiras, no primeiro embate das oitavas de final da Copa do Brasil, trouxe à tona uma realidade inegável sobre o Corinthians sob o comando de Dorival Júnior: a notável evolução de seu sistema defensivo. Apesar das dificuldades evidentes no setor ofensivo, a equipe alvinegra alcançou a marca de nove confrontos sem ser vazada, em um total de dezessete partidas disputadas com o atual treinador.
A percepção da solidez defensiva do Corinthians foi corroborada pela própria Seleção Sportv, que descreveu o clássico contra o Palmeiras como "super equilibrado", um atestado da qualidade técnica presente em campo, especialmente na proteção da própria meta.
A Muralha Alvinegra: Estatísticas Defensivas
Este desempenho representa um índice de 52,94% de jogos sem sofrer gols desde a chegada do novo técnico. Um contraste notável com o período anterior da temporada, em que a porcentagem de partidas sem ser vazado era de apenas 31,03%. Essa mudança estatística sublinha uma clara prioridade e um trabalho eficaz na retaguarda do time.
O zagueiro André Ramalho, um dos pilares da vitória no Dérbi na Neo Química Arena, elucidou a filosofia por trás dessa transformação. Em suas palavras, a união e a atenção aos detalhes são cruciais para o êxito defensivo. Ele destacou o papel fundamental das sessões de vídeo e das correções táticas, tanto em vídeo quanto nos treinamentos em campo, como elementos que se traduzem diretamente no desempenho durante os jogos.
O motivo de termos essa solidez defensiva é porque está todo mundo se unindo, todo mundo junto, se atentando aos detalhes, tendo muitas sessões de vídeo, muitas correções, seja por vídeo ou no trabalho em campo. Isso se reflete nos jogos. É mérito da comissão como um todo, que nos auxiliou nisso, e da gente em conjunto, em campo, que vem aplicando isso muito bem ? comentou o zagueiro André Ramalho.
A Coletividade na Defesa: Vozes do Vestuário
André Ramalho reforçou a percepção de que a melhora defensiva era um ponto crucial a ser trabalhado, especialmente considerando o elevado número de gols sofridos no início do ano. Ele enfatizou que a responsabilidade não recai apenas sobre os defensores, mas sobre todo o coletivo. A pressão e o posicionamento dos jogadores de ataque são, segundo o zagueiro, essenciais para aliviar a carga sobre a última linha.
No começo do ano, tomamos muitos gols. Isso era um ponto que tinha de melhorar. E está claro que melhoramos. Vamos seguir trabalhando para que a gente consiga seguir sem tomar gols. Não é só a parte defensiva, é o time todo que faz parte desse processo. Se o pessoal lá da frente não pressionar e não se posicionar direito, fica difícil para nós. Eles são os responsáveis por facilitar a nossa vida lá atrás ? destacou o defensor.
Essa abordagem holística é um reflexo direto do trabalho de Dorival Júnior. Nos poucos dias de preparação que o Corinthians teve para o Dérbi, o treinador dedicou atividades táticas intensas, com foco especial na defesa e nas bolas paradas defensivas.
A Estratégia de Dorival: Equilíbrio Imperfeito
Em coletiva de imprensa, o próprio Dorival Júnior enalteceu o esforço coletivo de sua equipe como o alicerce para o sucesso do sistema defensivo. Ele sublinhou a importância da aplicação dos jogadores de frente na marcação, um fator que permite filtrar as jogadas adversárias e reduzir o sofrimento da defesa. Contudo, o técnico fez questão de ressaltar que o equilíbrio ideal ainda não foi plenamente alcançado.
A melhora defensiva passa também por uma aplicação maior dos homens de frente. Quando você consegue marcar, pressionar o adversário, você consegue filtrar um pouco mais as jogadas para que o sistema defensivo sofra menos. Temos que buscar o equilíbrio, ainda não é o ideal.
A busca por esse equilíbrio passa, inevitavelmente, pela definição da dupla de zaga. Em 46 partidas disputadas em 2025, o Corinthians utilizou 11 combinações distintas de zagueiros. A parceria mais frequente foi entre André Ramalho e Cacá, que atuaram juntos em 16 jogos.
O Enigma da Zaga: Parcerias e Desempenho
Neste ano, a dupla André Ramalho e Gustavo Henrique jogou junta pela terceira vez contra o Palmeiras. Os outros dois compromissos foram a derrota por 4 a 0 para o Flamengo e o empate sem gols com o Cruzeiro, ambos pelo Campeonato Brasileiro. No ano anterior, o Corinthians registrou 15 combinações de zaga, e André Ramalho e Gustavo Henrique atuaram juntos em seis partidas, firmando-se como titulares ao final da temporada.
Gustavo Henrique , em declarações após o retorno da parceria, expressou a sintonia com seu companheiro de setor:
O André é um cara muito experiente, um jogador excelente. A gente se entende muito bem não só dentro de campo, como fora de campo. A gente tem grandes jogadores na posição, que vêm fazendo um grande trabalho. E a disputa é sempre saudável. Lógico que quanto mais se joga com o companheiro, mais a gente consegue se entrosar, para que a gente cada vez menos tome gols ? disse Gustavo Henrique no último dia 23, depois de a dupla voltar a jogar junta.
O Calcanhar de Aquiles: A Preocupação Ofensiva
Apesar da clara evolução na retaguarda, o ataque do Corinthians permanece como uma fonte de preocupação. Nos 17 jogos sob o comando de Dorival, a equipe marcou apenas 15 gols, uma média de 0,88 gol por partida. A baixa produtividade ofensiva é evidente, com o time conseguindo balançar as redes mais de uma vez em apenas um confronto: a vitória por 4 a 2 sobre o Internacional, pela sétima rodada do Brasileirão, em 3 de maio, partida em que Yuri Alberto marcou três vezes.
A escassez de gols coincidiu, em grande parte, com a ausência do centroavante Yuri Alberto , que ficou afastado dos gramados por dois meses devido a uma fratura em uma vértebra da região lombar. A dependência do jogador para a produção ofensiva do time é um ponto que merece atenção e reflexão sobre a diversidade de soluções no ataque.
O próximo desafio do Corinthians será contra o Fortaleza, neste domingo, às 16h (de Brasília), na Neo Química Arena, em jogo válido pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. A partida será mais um teste para a solidez defensiva recém-adquirida e para a busca por um desempenho ofensivo mais consistente, que possa finalmente equilibrar as forças do elenco sob a batuta de Dorival Júnior.
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